Amotinados ameaçam matar 10 pela manhã em RO

As negociações da polícia com os detentos amotinados no presídio Urso Branco, em Porto Velho (RO), devem recomeçar na manhã de hoje com a ameaça de execução de dez reféns. Na segunda-feira à noite, pelo celular, um dos líderes da rebelião anunciou as dez mortes para as 8h de hoje, caso o criminoso conhecido como Birrinha não seja levado de volta ao presídio, de onde foi recentemente transferido.

Os rebelados mantêm sob seu poder cerca de 200 pessoas, parentes de detentos que faziam a visita de Natal, além de outros presos de facções rivais. As negociações foram interrompidas na terça-feira à noite, enquanto um contingente de aproximadamente 150 policiais permanece de plantão no entorno do presídio.

De acordo com a Polícia Militar de Rondônia, dois presos foram mortos durante o motim. Os detentos chegaram a exibir os supostos corpos em cima da caixa d'água da unidade prisional, amarrados de cabeça para baixo em lençóis - porém um deles se mexeu. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o mesmo preso que fez a ameaça das dez execuções garantiu que há dez corpos nas dependências do presídio.

Uma comissão organizada emergencialmente pelo governo do Estado concordou, na terça-feira à noite, em levar Birrinha de volta para Urso Branco na manhã de hoje, conforme o exigido pelos rebelados. Ednildo Paulo de Souza, o Birrinha, foi transferido na quinta-feira passada e liderou o último motim no presídio, em 2004. Ele teria decepado a cabeça de presos na ocasião, cujos corpos foram atirados da mesma caixa d'água onde os supostos corpos foram exibidos na terça-feira.

O presídio Urso Branco tem histórico de agressões e rebeliões sangrentas. Em 2000, duas rebeliões no local terminaram com 36 mortes e mais de 30 pessoas feridas. Em abril de 2004, mais 14 presos foram chacinados.

Não há informações seguras sobre o número de presos que estão rebelados. O presídio Urso Branco tem capacidade para 360 detentos, mas atualmente abriga cerca de mil.