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Politica Brasil
Terça - 27 de Dezembro de 2005 às 04:50
Por: Faustto Macedo

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São Paulo - O promotor de Justiça Maurício Ribeiro Lopes, que investiga a morte do médico legista Carlos Delmonte, disse ontem que "não está conformado" com o laudo do Instituto Médico Legal (IML) - que apontou asfixia mecânica como causa da morte. "Essa perícia é muito lacunosa; o resultado é insatisfatório", declarou, após uma reunião com o delegado José Antônio do Nascimento, do Departamento de Homicídios.

A reunião ocorreu no Fórum da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Nenhum legista compareceu. O que mais intriga Lopes é que o laudo sobre a morte de Delmonte - elaborado por 12 legistas, dos quais apenas três subscreveram o documento - "não afirma com precisão qual a causa da ocorrência, ou seja, o que desencadeou, efetivamente, a morte dele". A polícia suspeita que o perito cometeu suicídio - depoimentos de pessoas próximas e duas cartas redigidas por ele reforçam essa tese. A família acredita em morte natural. "Morte natural está totalmente descartada", afirma. "Também não estou fechado com nenhuma hipótese, nem mesmo a de suicídio."

O laudo entregue à polícia na semana passada indica que "excesso de mucosa" teria asfixiado Delmonte, mas não revelou a substância que o teria impedido de expelir a secreção.

Seguro

Os peritos identificaram três substâncias - dormonid (usada para induzir ao sono), propanolol (indicado para reverter taquicardia) e lidocaína (anestésico) -, mas nenhuma delas suficiente para impedir que Delmonte expelisse a secreção. "A investigação da polícia é que vai somar com a perícia e mostrar o que houve com o dr. Delmonte", observou o diretor-geral do IML, Hideaki Kawata.

"Vou insistir em algumas diligências complementares", informou o promotor. "Fala-se em asfixia, mas o IML não aponta qual a substância que a provocou. Não posso trabalhar dessa forma. Temos necessidade de respostas exatas. Não há pressa."

Ele admitiu a possibilidade de pedir colaboração de "outros órgãos capazes, eventualmente, de trabalhar nessa perícia". O rastreamento telefônico de Delmonte chegou ao Ministério Público (MP), que espera identificar os últimos contatos de Delmonte. O promotor disse que investigará se o perito tinha contratado seguro de vida recentemente. "Tenho dever ético e moral de apurar."

"Estamos começando a cuidar do inventário, mas não há nada de valor significativo referente a seguro de vida", disse o advogado Wallace Magri, que trata dos interesses da família. Ele acrescentou: "A família deseja que as investigações sejam as mais amplas possíveis e está permanentemente disposta a contribuir com essa apuração."




Fonte: Agencia Estado

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