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Internacional
Segunda - 26 de Dezembro de 2005 às 04:15

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Banda Aceh, Indonésia - Primeiro país a ser afetado pelo tsunami que devastou a costa do Oceano Índico, a Indonésia guardou nesta segunda-feira um minuto de silêncio no momento exato em que, há um ano, a onda gigante atingiu a província de Aceh. Por sua vez, o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em mensagem, salientou que o drama dos sobreviventes está longe de terminar. Há milhares de desabrigados e outros tantos chefes de família estão sem trabalho, afirmou Annan. "Dias mais duros ainda devem chegar."

A onda gigantesca, de mais de 15 metros de altura, foi provocada por um maremoto de 9,15 graus na escala Richter, com epicentro localizado na costa da Ilha de Sumatra. O tsunami arrasou a costa ocidental da província indonésia de Aceh e atingiu outros 11 países, incluindo Sri Lanka, Índia e Somália. A tragédia fez mais de 217 mil mortos, sendo 168 mil na Indonésia.

"Senhores e senhoras, mantenhamos um minuto de silêncio para rezar em memória das centenas milhares de pessoas que perderam a vida no tsunami de 26 de dezembro do ano passado", declarou o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, durante uma cerimônia celebrada em uma mesquita de Ulee Lheu, na periferia de Banda Aceh. Na área, totalmente destruída pelo maremoto, apenas a mesquita ficou de pé. "Que descansem (as vítimas) em paz."

"Nos inclinamos em profunda oração para que as almas desses seres amados, encontrados ou não, na terra ou no mar, tenham um lugar onde repousar ao lado de Deus", disse Yudhoyono acrescentando que a cerimônia também era em homenagem aos que sobreviveram.

Em seguida, o presidente da Indonésia acionou uma das sirenes do novo sistema de advertência à população sobre possíveis catástrofes naturais, que está sendo instalado no país para evitar que se repita uma tragédia como a de 2004.

O minuto de silêncio aconteceu exatamente às 8h16 (23h16 de domingo em Brasília), hora exata em que o tsunami atingiu a costa indonésia para, posteriormente, assolar outros dez países do sudeste asiático.

Tailândia - Em sete localidades costeiras do sudoeste da Tailândia, milhares de pessoas de cerca de 40 países participam hoje de atos em tributo às vítimas da tragédia de há um ano.

Muitos dos presentes traziam fotografias dos entes queridos que perderam na fatídica manhã posterior ao dia do Natal, quando o índice de ocupação hoteleira na região beirava 90%.

As ondas de 30 metros atingiram a popular praia de Patong e a vizinha de Kamala, na província de Phuket; as turísticas ilhas Phi Phi, da província de Krabi; a praia de Khao Lak e a aldeia de pescadores de Ban Namkem, na província de Krabi. Mais de 2.200 estrangeiros de 37 países morreram. Pior está por vir - Ainda estão por chegar os momentos mais difíceis e os maiores desafios para a Indonésia, depois do tsunami que devastou a costa deste país há exatamente um ano, declarou o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, em uma mensagem nesta segunda-feira na província de Aceh.

"De certo modo, os dias mais duros ainda devem chegar. Os chefes de família têm uma tremenda necessidade de voltar a contar com os meios necessários par ganhar a vida", disse Annan na mensagem gravada em vídeo, difundida na cerimônia realizada em solo indonésio. "Centenas de milhares de famílias necessitam de uma casa nova e as comunidades precisam ser reconstruídas", prosseguiu. "Mas aconteceram progressos consideráveis em vários campos. Crianças voltaram às escolas, epidemias foram evitadas, milhares de sobreviventes conseguiram trabalho e alimentos chegaram às famílias afetadas."

Ajuda aos sobreviventes - Quase 250 mil pessoas desabrigadas foram transferidas de acampamentos de emergência para cerca de 54 mil abrigos temporários até que a construção de casas permanentes seja concluída.

Cerca de 1,5 milhão de pessoas ficaram desabrigadas em toda a região depois que uma muralha de água varreu árvores, casas e comunidades inteiras. A reconstrução pode levar de cinco a dez anos.

O grau de devastação e a resposta internacional foram sem precedentes. A ONU destacou a rapidez e a generosidade da resposta internacional a seu apelo de emergência. Estima-se que foram levantados cerca de US$ 12 bilhões para socorrer as vítimas da tragédia.




Fonte: AP-EFE

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