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Nacional
Domingo - 25 de Dezembro de 2005 às 10:44

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O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, prevê que o preço da gasolina e derivados do petróleo não sofrerá reajuste ao longo de 2006, apesar do aumento do preço do pretróleo no mercado internacional ao longo dos últimos dois anos. Para justificar a expectativa, Rondeau cita a projeção de auto-suficiência da Petrobras na extração e refino do petróleo em 2006 e a recente baixa e estabilização da cotação da commodity, após sucessivas altas.

No final de 2004, o petróleo era cotado cotado a US$ 43,45, bateu nas casa dos US$ 70 na metade de 2005 e, semana passada, tinha o preço aproximado de US$ 58.

De acordo com o jornal O Globo, o ministro garante que a manutenção do preço da gasolina nas bombas não se trata de manobra em ano eleitoral, mas se deve sobretudo às dimensões e à capilaridade da Petrobras, estatal que permite ao Brasil operar um sistema mais flexível que o da maioria dos demais países quando se trata de reajustar os combustíveis. Mantida a promessa de Rondeau, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fecharia os quatro anos de mandato com apenas seis reajustes da gasolina.

Porém sua opinião é contestada por alguns analistas. Ouvido pela rádio CBN, Adriano Pires, especialista no setor de petróleo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as declarações de Rondeau têm caráter eleitoreiro porque, na sua ótica, os preços do petróleo em 2006 tendem a se manter ou até podem aumentar, face à demanda crescente e à oferta cada vez mais escassa do produto. "Vincular a manutenção dos preços à auto-suficiência chega a ser populista", afirmou.

Já para Paulo Miranda, presidente da Federação Nacional do Comércio Verejista de Combustíveis e Lubrificantes, o anúncio da estabilidade dos preços do petróleo no Brasil já era esperado e acredita que o insumo possa experimentar até uma redução de valor. "Isso é possível se o preço do barril no mercado internacional cair para abaixo dos US$ 50.

O ministro Silas Rondeau explica qual é o diferencial do País na área de petróleo. Segundo ele, enquanto potências como os Estados Unidos aplicam variações semanais e até diárias nas bombas, à mercê da oscilação do produto no mercado internacional, o Brasil tem condições de aguardar por uma definição clara do mercado antes de alterar os preços.

Graças à força da Petrobras, diz ele, o governo tem aguardado sempre pela estabilização do valor do barril do petróleo no mercado externo para, então, estabelecer um preço de referência.

Os quatro reajustes aplicados pelo governo atual até agora se deram em 2004 (três vezes, totalizando aumento de 23,4% nas refinarias) e no ano de 2005 (uma vez, elevação de 10% no atacado por conta da disparada da cotação do barril no mercado externo). O quinto ajuste nos preços se deu em 2003, mas para baixo - uma queda de 10%. Silas informa que, apesar das oscilações e poucos reajustes, a Petrobras não acumulou perdas.

Quanto à expectativa de autonomia brasileira no petróleo. o ministro se baseia no crescimento dos índices recentes de extração do insumo. Neste ano, o País experimentou um crescimento da média de 1,5 milhão de barris registrada em 2002 para 1,7 milhão - uma elevação de 13,3%.




Fonte: Invertia

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