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Cultura
Quarta - 21 de Dezembro de 2005 às 08:38

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Um disco que se ouve da primeira à última música sem sentir incômodo nem vontade de pular de faixa é duro de aparecer. Niño Rojo, de Devendra Banhart (Sum Records) é um desses discos. Perfeição pop, perfeição folk.

O trovador que puxa numa mão uma corda amarrada no Oriente e na outra um cabo de aço esticado até as Montanhas Rochosas faz uma música de fato hipnótica. Ele já abre com uma faixa de puro encantamento, Wake up Little Sparrow, conto infantil regado a psicodelia e delicadeza instrumental. A letra, numa versão folgada: "Acorde, pardalzinho, acorde/Não faça sua cama na neve/Pardalzinho, você não sabe?/Seus amigos já voaram para o Sul há muitos meses/Você é só um filhote/Não pode voar/Suas asas não querem abraçar os céus."

Se o ouvinte ouvir só essa canção e a música 12 do álbum a estupefaciente An Island, vai ficar irremediavelmente tomado. Depois, vai poder gostar com calma de outras menos macias, como a mântrica Ay Mamá, na qual Devendra apenas canta: "Ay mamá, ay mamá, no hay que llorar." Devastador, lindo, maravilha pura, se permitem o deslumbre.

Devendra manuseia com habilidade a poesia (com bem mais rigor que nos desenhos dos encartes). Alterna letras em espanhol com inglês e sons uterinos de uma voz incomum, indiana sem sê-lo. No próximo disco que chega daqui a pouco, tem uma canção, The Beatles, que vai dar o que falar. "Paul McCartney e Ringo Starr/São os únicos Beatles no mundo", brinca.




Fonte: Agência Estado

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