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Agronegócios
Segunda - 19 de Dezembro de 2005 às 08:18
Por: Marcondes Maciel

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Com 1,35 mil hectares (ha) de arroz da variedade Cirad 141 plantados na safra passada em sua propriedade no município de Cláudia (608 quilômetros ao Norte de Cuiabá), o produtor João Carlos Accioly Filho diz que este ano resolveu trocar o arroz pela soja. Mas ele não aproveitou toda a área. Dos mais de 1,3 mil/ha, ele plantou apenas 750/ha de soja. O resto ele reservou para o plantio da safrinha de milho, no mês de janeiro.

“Decidi não plantar [arroz] porque tive frustração de safra (4/05) com os preços aviltados, a desclassificação da variedade como longo fino e, ainda por cima, a falta de chuvas no começo do plantio e o excesso de chuvas no período da colheita neste ano. Meu prejuízo foi grande e, por isso, preferi optar pela soja”, conta o produtor.

Ele disse que se fosse plantar arroz nesta safra optaria pela variedade Primavera, que apesar de apresentar algumas desvantagens, como menor resistência às doenças e menor produtividade, possui qualidade e aceitação no mercado. “Acho que isso é fundamental para o produtor, pois ele tem mais facilidade de vender a produção e obter um lucro maior”, frisa Accioly.

Na safra 04/05, ele colheu apenas 42 sacas de arroz/ha, produtividade bem abaixo da média estadual, de 50 sacas. “A falta de chuvas prejudicou bastante a lavoura no começo. Para complicar, na época da colheita choveu muito e também tive problemas de perda de qualidade do grão. Foi um ano atípico, sem contar com a questão do mercado, onde os preços não chegaram a cobrir os custos de produção”, frisa.

O produtor diz que a situação é de “calamidade” na região Norte, que concentra as maiores lavouras de arroz do Estado. “Acredito que o arroz poderá ter uma redução de até 70% na área plantada por causa dos preços e da falta de crédito”, prevê.

Ele fez as contas e chegou a uma “triste constatação”: o preço do arroz Cirad 141, na safra deste ano, só chegou a cobrir 50% dos custos de produção. O resto do prejuízo o produtor teve que assumir. E mais, o produtor foi obrigado a vender parte da safra com pagamentos parcelados e teve ainda a necessidade de recorrer às tradings para financiar a aquisição de semente e adubos para o plantio da soja.




Fonte: Diário de Cuiabá

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