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Economia
Sexta - 16 de Dezembro de 2005 às 15:07

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Um sombrio espectro assusta a população de Mato Grosso para o próximo ano. Trata-se da expectativa de que em 2006 a economia mato-grossense sofra uma profunda estagnação econômica, com todas as consequências inerentes a ela: redução da atividade econômica, desemprego, diminuição da massa salarial, retração de investimentos produtivos, e, conseqüentemente, queda da arrecadação de tributos estaduais e municipais.

A análise técnica dos indicadores macroeconômicos nacionais e de Mato Grosso não sustentam essas expectativas sombrias. Ao contrário, os dados indicam que em 2006 a economia de Mato Grosso deve apresentar crescimento superior à estimativa de crescimento do PIB nacional, seguindo o ciclo econômico virtuoso que perdura por mais de uma década.

Analistas de empresas de consultorias econômicas, bancos, universidades e instituições de pesquisas econômicas, estimam que o PIB brasileiro deverá crescer entre 3,2% e 4,0% em 2006. Mesmo os maus resultados do PIB no terceiro trimestre de 2005 divulgados nesta semana não afetarão negativamente o cenário econômico de 2006 pois 2005 fechará com crescimento do PIB próximo de 2,9%.

O Banco Central deverá seguir sua política gradualista de redução da taxa Selic, chegando em meados de 2006 à casa de 15,5%, proporcionando juros reais de 10% ao ano ( atualmente estão no patamar de 13,3% a.a.) gerando impacto positivo no crescimento do PIB, a despeito de ainda ser a mais elevada taxa de juros do planeta. A meta de inflação para 2006 é de 4,5% ( em 2005 a inflação deve ficar em 5,1% ). O risco Brasil está no seu menor patamar histórico. A relação dívida pública e PIB está em processo declinante ( era de 57,2% em 2003, está em 51% em 2005, com projeção de cair para 50% em 2006 ). O resultado primário das contas públicas nacionais deve-se repetir em 4,25% do PIB para 2006, sinalizando manutenção da política fiscal responsável do governo federal.

Este cenário macroeconômico favorável será ainda beneficiado pelo esperado aquecimento da economia mundial, conforme sinalizam as estimativas feitas pelos principais organismos internacionais.

Em seu último relatório semestral a OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico estima que o PIB dos 30 países mais industrializados, membros da organização, terá crescimento de 3,7% em 2006. A economia americana deverá apresentar crescimento de 3,6% em 2006, contribuindo fortemente para aquecer toda a economia mundial, especialmente as economias emergentes, como é o caso do Brasil. A economia japonesa já está saindo de uma recessão de mais de uma década, com previsão de crescimento para 2006. A China estima crescimento de mais de 9,4% do seu PIB para o ano que vem.

Naturalmente que esse cenário internacional favorável contribuirá positivamente para o crescimento da economia brasileira em 2006.

Não bastasse o cenário positivo da economia global, a forte expansão da demanda interna será a grande propulsora do crescimento do PIB em 2006, compensando possíveis perdas nas exportações em razão da defasagem cambial.

As principais consultorias econômicas e instituições de pesquisas econômicas brasileiras estimam para 2006 aumento que variam de 3,8% a 5,3% no consumo das famílias, proporcionando a maior expansão desde 1995. O nível de emprego para 2006 sofrerá um dos maiores aumentos da década, gerando aumento da massa salarial. Em 2006 a taxa de desemprego está projetada em 9,5% e será uma das menores dos últimos anos ( ver tabela abaixo ). Além do aumento da massa salarial, o nível de consumo será turbinado pelo crescimento do rendimento médio da população ocupada e pela recuperação do poder de compra do salário mínimo. Ao final de 2006 o salário minímo atingirá seu maior patamar em dólar, desde 1994: US$ 126,61, tomando como base o salário mínimo previsto para 2006 no Orçamento Geral da União, convertido a uma taxa média de câmbio projetada em R$ 2,48 para 2006. O aumento real do salário mínimo causa um forte impacto no consumo.




Fonte: Vivaldo Lopes

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