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Meio Ambiente
Quarta - 14 de Dezembro de 2005 às 09:03

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Diagnosticado como soropositivo para o HIV desde que nasceu, há sete anos, o menino A. não apresenta mais sinais do vírus da aids no seu organismo, de acordo com exames recentes. Filho de B., uma mulher que tem o vírus, o garoto, residente no Rio de Janeiro, teve pneumonia pouco depois de nascer. Com um mês de vida, foi submetido ao seu primeiro teste, que identificou a presença de anticorpos contra o vírus no sangue.

Dois meses depois de começar a tomar remédios, um exame de carga viral feito no Hospital Escola São Francisco de Assis, da UFRJ, onde ele é tratado, confirmou a presença do HIV no organismo do bebê. Este teste indica a quantidade de vírus no sangue.

"Ele ficou seis anos tomando o coquetel e parou em janeiro. Em junho, a médica disse que não sabia a razão, mas ele estava curado. Todos choraram, até as enfermeiras", lembra B., 39 anos.

Crianças com até 18 meses de vida podem apresentar anticorpos contra o HIV herdados da mãe. Por isso, algumas vezes o teste sorológico dá positivo e depois descobre-se que a criança não tem o vírus. "Mas, no caso desse paciente, o segundo exame confirmou que havia carga viral. Ou seja, ele tinha HIV. Disso não temos dúvida", afirma Carla Luzia Araújo, vice-diretora do hospital.

Entre setembro de 2002 e dezembro de 2004, todos os exames de A. mostraram que ele tinha carga viral indetectável, um indicativo de que o vírus não estava se multiplicando. E altas taxas de células de defesa (CD4) indicavam boa imunidade. Em 18 de janeiro deste ano, a médica responsável pelo tratamento do menino optou pela suspensão da medicação.

Depois, foram feitos outros três exames. Em 16 de maio, um mostrou que o vírus não voltou a se multiplicar. Em 16 de junho, o teste sorológico deu negativo. Uma semana depois, um terceiro exame não identificou o vírus.

"A gente pode afirmar que, com os recursos disponíveis hoje, não se consegue detectar o vírus no sangue dele", diz Carla.

Exame no pré-natal só ficou pronto após o parto A mãe de A. conta que fez pré-natal - que inclui teste anti-HIV - em um posto de saúde e no Hospital Rocha Faria, no Rio. O resultado, porém, saiu mais de 15 dias após o nascimento do bebê. Segundo o infectologista Edmilson Migowski, do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, da UFRJ, isso aumenta o risco de contágio:

"Quando a mãe recebe medicamentos durante o parto e a criança também, nas primeiras semanas de vida, o risco de contaminação vertical é de 4%. Quando isso não ocorre, é de 30%".




Fonte: O Dia

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