Justiça solta agropecuarista que matou por ciúme

O Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas-corpus ao agropecuarista Gerson Lopes de Albuquerque Júnior, acusado confesso de assassinar a tiros o estudante Márcio Edsandro Silva Correia, em Maceió (AL), na noite do dia 16 de maio de 2004. O crime teria sido motivado por ciúme.

Albuquerque Júnior teria matado Correia, à época com 23 anos, num posto de combustíveis, no bairro de Jatiúca. Correia era namorado de Marcella Lagrotto, ex-namorada de Albuquerque Júnior, com quem viveu durante quatro anos. Na noite seguinte ao crime, que ocorreu num domingo, Albuquerque Júnior se apresentou à polícia e fez a confissão. O delegado da 2º DP, no entanto, não prendeu o agropecuarista, pois, segundo ele, o pedido de prisão não seria feito porque o acusado possuía residência fixa e não representava perigo para a família da vítima ou risco à sociedade.

Na época do crime, o agropecuarista já respondia a dois processos na Justiça. Um por ter participado de um "pega" na Avenida Fernandes Lima e outro por crime contra a honra, na 2ª Vara Criminal. Logo depois de ter sua prisão temporária decretada, ele foi solto devido à falta do flagrante, mesmo sabendo-se que ele havia premeditado o crime.

O crime O assassinato de Correia ocorreu às 6h de um domingo, em um posto de gasolina, entre os bairros de Ponta Verde e Jatiúca, na cidade de Maceió. Correia tinha um relacionamento com Marcella Lagrotta, ex-namorada de Albuquerque Júnior. Ela morou com Lagrotta durante quatro anos e tiveram um filho, hoje com três anos. Separada, Marcella namorava, há um ano, o estudante assassinado.

Na madrugada do dia 16 de maio, Marcella contou à polícia que Correia estava alcoolizado e saiu com ela em um Golf prata. Foram à casa de um amigo, e todos foram a um bar. Por volta das 3h30, os namorados discutiram pela primeira vez. O motivo teria sido um cigarro dado pela jovem a um amigo do estudante.

Marcella disse, em depoimento, ter pedido a Correia que parasse de beber. Como não conseguiu, chamou um táxi e foi embora. Ela ligou para o celular de Correia, que não a viu sair do bar. Às 5h, Albuquerque Júnior ligou para a ex-namorada, marcando um encontro com ela, que não quis vê-lo. Minutos depois, Marcella escutou o barulho de um carro parando em frente ao prédio onde mora. Ao reconhecer o carro de Correia, ela desceu para encontrá-lo e houve nova discussão. Correia acabou atendendo a um telefonema de Albuquerque Júnior, que o convidou a ir ao local onde seria assassinado.