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Internacional
Segunda - 12 de Dezembro de 2005 às 20:40

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Com a disputa eleitoral de domingo ainda bastante viva, a socialista Michelle Bachelet e o direitista Sebastián Piñera já se preparam para competir pela Presidência do Chile no segundo turno, no dia 15 de janeiro.

Embora os dois tenham trocado elogios e palavras bem educadas em um programa de televisão, seus respectivos colaboradores se atacaram com dureza em entrevistas.

O presidente chileno, Ricardo Lagos, destacou hoje a vitória eleitoral do oficialismo como "uma mostra de que os chilenos apóiam a única coalizão que garante governabilidade" ao país e previu um "amplo triunfo" de Bachelet no segundo turno.

Com 99,32% dos votos computados, Bachelet, da governista Concertación pela Democracia, conquistou 45,95% dos votos (3.167.739), contra 25,41% (1.751.866) de Piñera, do partido Renovação Nacional.

O também direitista Joaquín Lavín, da União Democrata Independente (UDI), obteve 23,22% (1.601.169), e o esquerdista Tomás Hirsch ficou com 5,4% (372.609), segundo os números divulgados hoje pelo subsecretário do Interior, Jorge Correa Sutil.

Depois de aceitar o apoio de Lavín, de quem procurou se manter longe durante a campanha, Sebastián Piñera contabilizou imediatamente a votação do candidato da UDI para prever sua vitória no dia 15 de janeiro.

"Temos a maior chance de vencer a eleição presidencial, pois a soma dos candidatos da Aliança (coalizão direitista) conseguiu 49%", disse Piñera em declarações à Rádio Universo.

"Estamos perto da maioria absoluta, e agora devemos continuar trabalhando com seriedade, buscando unir toda a Aliança", acrescentou.

Segundo os analistas, não é certo que os eleitores de Lavín votarão automaticamente em Piñera, devido aos confrontos ocorridos entre seus partidos nas eleições parlamentares, que deixaram feridos de ambos os lados.

Na votação parlamentar, a direita somou 38,7% dos votos, contra 51,7% da coalizão governante.

Segundo os especialistas, para Bachelet será essencial atrair os votos da esquerda extraparlamentar, que já se dividiu quanto ao segundo turno.

O candidato presidencial humanista Tomás Hirsch anunciou que votará nulo em 15 de janeiro, o que não foi bem recebido por seus parceiros comunistas, que tendem a um acordo com a Concertación para apoiar Bachelet.

Dos 5,4% votos obtidos por Hirsch ontem, apenas um quinto é votação dos humanistas. Por isso e devido ao medo de um Governo direitista, espera-se que o grosso do eleitorado de esquerda vote a favor da candidata socialista.

Consciente dos mais de 1,3 milhão de votos que separam Piñera de Bachelet, o senador da RN Alberto Espina, chefe de campanha do empresário, afirmou hoje que a ex-ministra da Defesa "é uma má candidata e será uma má presidente".

Entrevistado pela Rádio Cooperativa, Espina questionou o financiamento da campanha governista e se perguntou sobre a origem desses fundos.

Espina disse ainda que Piñera, cuja fortuna ultrapassa US$ 1 bilhão, não tem que recorrer a "nenhum empresário (para conseguir dinheiro) e, por isso, quando chegar ao La Moneda, terá independência para enfrentar os grupos de pressão".

No entanto, Alberto Espina admitiu que será difícil para o empresário atrair os eleitores de Lavín.

Suas declarações provocaram uma resposta imediata de Bachelet, que classificou como "obscena" a despesa eleitoral de Piñera.

"Sempre me pareceu obsceno gastar esse dinheiro em tanta propaganda", disse a candidata, lembrando que, no primeiro turno, Piñera gastou 69% do total investido por todos os candidatos, segundo estudos independentes.

"Tenho forças (para agüentar a campanha). Alguém me disse que esta eleição tinha sido um parto, mas eu já tenho três filhos. A verdade é que tenho a força. No dia em que soube que seria candidata, sabia que esta (guerra suja) apareceria", ressaltou em declarações ao canal 13.

No Governo, o ministro do Interior, Francisco Vidal, ironizou "a nova amizade" entre Sebastián Piñera e Joaquín Lavín.

"Piñera dizia que não podia ser parceiro de Lavín por ser o personagem com maior rejeição. E ontem estavam abraçados... Bom, isso é parte da democracia", disse.




Fonte: EFE

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