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Agronegócios
Sexta - 09 de Dezembro de 2005 às 13:57
Por: Gazeta Mercantil

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Requião considera irresponsável a divulgação de existência de foco mesmo após exames. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), disse ontem em Cascavel, durante visita à 26 Feira Agropecuária Expovel, que entrará com ações judiciais contra o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) devido à "irresponsabilidade" de declarar a existência de foco de aftosa no Paraná, após os resultados negativos dos exames realizados. "O Paraná está pagando pelo erro e pela irresponsabilidade do Ministério. Estamos conversando com o governo federal e vamos até as últimas conseqüências porque esse assunto não é brincadeira", afirmou Requião.

Segundo ele, o Paraná vacinou seus rebanhos nos últimos dez anos. Durante esse período não houve ocorrência de aftosa porque a prevenção da doença está sendo feita com rigor. A posição do governo do estado divide representantes do setor: tanto a Federação da Agricultura (Faep), como o Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados no Estado do Paraná (Sindicarne) já se manifestaram a favor de um abate rápido dos 2.212 animais da Fazenda Cachoeira, em São Sebastião da Amoreira para que a situação se resolva rapidamente. O receio é que o estado possa perder o importante mercado de carne suína de países europeus, principalmente Rússia. O Paraná é o segundo maior exportador de carne suína do País e, nessa época do ano, o mercado se fecha pelo congelamento dos portos.

Se o abate for feito e os animais enterrados na propriedade, sem contato com outros animais, em seis meses o estado pode ser novamente considerado área sem aftosa com vacinação e retomar suas exportações quando o mercado se reabrir. Já a Sociedade Rural do Paraná é a favor da posição do governo do estado: "não podemos admitir o que não temos", disse o presidente Edson Neme Ruiz.

Ontem pela manhã a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab) foi comunicada oficialmente pelo Ministério da Agricultura, por meio de nota técnica, da existência da aftosa em São Sebastião da Amoreira.

As medidas preconizadas pela Organização Internacional de Sanidade Animal (OIE) para um foco de aftosa, como a interdição da propriedade e das demais situadas num raio de 10 km, além da implantação de barreiras foram imediatamente adotadas pelo Departamento de Fiscalização, Defesa e Sanidade (Defis) da Secretaria da Agricultura. A partir de hoje, com base na nota técnica, o estado deverá se posicionar na área jurídica e sobre o abate ou não dos animais segundo informou o procurador Sérgio Botto de Lacerda.

A Fazenda Cachoeira, de São Sebastião da Amoreira, vai entrar com medida judicial hoje contestando a informação divulgada pelo Ministério de ocorrência da doença na propriedade, segundo o advogado Ricardo Rocha Pereira. "Soubemos da notícia pela imprensa com muito espanto e indignação. Os animais nunca apresentaram sinais de doença vesicular e estão engordando, o que demonstra a ausência de aftosa", diz. Ele destaca que a fazenda, que realiza engorda e abate de animais, está sendo monitorada pela Seab desde 11 de outubro, após o anúncio da doença no Mato Grosso do Sul. "Já entramos com processo referente às propriedades de Amaporã, Grandes Rios, Loanda e Maringá, argumentando que eles não possuíam focos de aftosa", diz. Segundo o advogado, a União tem até o fim de janeiro para se defender.




Fonte: Só Noticias

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