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Esportes
Sexta - 09 de Dezembro de 2005 às 09:23
Por: Claudia Silva Jacobos

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O técnico da seleção do Japão, Zico, criticou duramente nesta quinta-feira o sistema de escolha das chaves da Copa do Mundo, a um dia do sorteio das equipes que vão integrar os grupos da primeira fase do Mundial de 2006. Na opinião do treinador, todos os times deveriam participar igualmente do sorteio, sem a definição de cabeças-de-chave. Isso, segundo ele, daria maior chance para os times considerados menos favoritos ao título.

"A Alemanha ser cabeça-de-chave, eu até entendo. É a anfitriã. Mas o Brasil? Porque o Brasil já tem grupo definido antes mesmo do sorteio?", indagou Zico ainda no aeroporto em Frankfurt, quando fazia conexão para Leipzig.

"Qual é o problema se em um grupo estiverem Brasil e Holanda? Por que não? Todos os times participaram da fase classificatória igualmente, com exceção da Alemanha. Se o Brasil passou pela fase classificatória como eu (Japão), por que agora é favorecido?", questionou.

Tradição

A escolha dos cabeças-de-chave da forma atual leva em consideração o ranking da Fifa e o desempenho na última Copa do Mundo. O Brasil foi escolhido para ser o cabeça-de-chave do grupo F e, além da Alemanha, os outros cabeças serão Argentina, França, Inglaterra, Itália, Espanha e México.

"Desse jeito, vai ser sempre pequena a chance de uma equipe das chamadas pequenas chegar ao topo."

A irritação de Zico com o sistema de escolha dos grupos já vem de longe.

Durante a Copa das Confederações, o técnico do Japão não poupou críticas ao processo escolhido pela Fifa e, agora, volta a criticar o sistema que chama de "escolha política".

O ex-craque diz que quem perde com este sistema adotado pela Fifa é o próprio futebol.

"Não dá para entender. Isso não é futebol. É coisa dirigida. Por que não divulgam os critérios que serão usados em uma Copa logo que acaba a anterior? "

Arbitragem

O técnico se disse preocupado também com a qualidade da arbitragem. Zico espera que os árbitros sejam isentos e que não se repitam os problemas que diz ter enfrentado durante a Copa das Confederações.

"Eu espero que a arbitragem seja isenta. Não quero ser prejudicado como na Copa das Confederações, quando fomos eliminados por um erro de arbitragem."

Na última partida da primeira fase contra o Brasil, o Japão teve um gol anulado por um impedimento entre outros lances considerados duvidosos.

"O problema é que os árbitros sempre erram prejudicando os mais fracos", disparou o galinho.

Sobre o sorteio da Copa, Zico diz que não teme nenhum adversário, mas que só não gostaria de jogar contra a Alemanha na primeira fase, e explicou o porquê.

"Não quero cair no grupo da Alemanha porque sempre os donos da casa, por mérito ou não, acabam passando para a segunda fase. Só lembro (da exceção) de 82, quando a Espanha caiu em casa logo no início."

"Com isso, o grupo de quatro acaba sendo três mais um e três precisam disputar uma vaga já que a outra já tem dono", disse Zico, completando sua lista de reclamações.

Zico diz que a Copa de 2006 só tem um favorito: o Brasil. De resto, está tudo de igual para igual e quem trabalhar bem vai levar a melhor.

"Se o Brasil é o favorito é sinal de qualidade e competência."

Preparação

Na fase de preparação para a Copa do Mundo o time japonês vai ter uma agenda bem extensa.

Ao contrário do Brasil, que só tem agendada uma data para amistosos antes da Copa do Mundo, os japoneses vão entrar em campo pelo menos dez vezes.

Mas, nesses jogos, o treinador não vai poder contar, na maioria das vezes, com jogadores que atuam em times europeus.

Em dois dos amistosos já marcados, o Japão vai enfrentar as seleções dos Estados Unidos e do Equador.

A equipe japonesa deve ficar concentrada na Alemanha na cidade de Bonn.




Fonte: BBC Brasil

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