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Politica Brasil
Quarta - 07 de Dezembro de 2005 às 20:59

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O presidente da Coteminas, Josué Gomes da Silva, negou que tenha ido nesta quarta-feira à sede da Polícia Federal (PF) para evitar uma convocação na CPI dos Correios. "Eu não vim com esse propósito, para me livrar de nada. Eu vim como obrigação da empresa para prestar esclarecimentos", afirmou.

Gomes, que é filho do vice-presidente José Alencar, se apresentou espontaneamente ao órgão para entregar ao diretor-geral, Paulo Lacerda, uma nota de esclarecimento sobre o pagamento de R$ 1 milhão registrado em nome do PT e as notas fiscais das operações de venda de camisetas ao partido, feita à época da campanha presidencial de 2002.

Em depoimento prestado a pedido de Lacerda, o empresário explicou que a Coteminas teria recebido uma encomenda do PT para o faturamento de 2,75 milhões de camisetas por meio de 50 notas fiscais, faturadas entre 9 de setembro e 18 de outubro de 2004.

"Cada uma dessas notas fiscais foi desdobrada em duas duplicatas, com vencimentos a 60 e 90 dias. Portanto, os vencimentos da dívida originalmente contraída pelo fornecimento das camisetas foi no montante total R$ 11.031 milhões", disse.

Segundo ele, o pagamento da dívida - inicialmente previsto para novembro e dezembro de 2004 e janeiro de 2005 - foi prorrogado a pedido do PT, em novembro do ano passado. "O partido solicitou e nós concordamos em prorrogar os vencimentos. Alteramos o pagamento para os meses de março, abril e maio, sempre no dia 15 de cada mês", disse Gomes, ao informar, em seguida, que apenas no dia 17 de maio o PT pagou uma parcela da dívida, no valor de R$ 1 milhão. "Temos cópias de todas as notas fiscais, dos recibos de entrega das mercadorias, dos livros contábeis da Coteminas e das cartas de correspondências trocadas entre a Coteminas e o PT", acrescentou.

De acordo com o empresário, o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, participou das negociações que previam prorrogação da dívida. "A carta encaminhada à Coteminas em que o PT solicita a prorrogação daqueles vencimentos originais, antes das 100 duplicatas, que eram de novembro de 2004 a janeiro de 2005, é uma carta assinada por ele (Delúbio)".

Gomes negou que tenha feito empréstimos ao PT e disse que o prazo dado ao partido para o pagamento da dívida é normal. "Somos uma empresa industrial. Vendemos a prazo para todo mundo", justificou. Ele afirmou que a Coteminas "tem segurança" que vai receber o restante do dinheiro, "até porque, todos os dirigentes do partido têm afirmado que devem e vão pagar".

O empresário disse ainda que José Alencar, afastado da administração da Coteminas desde dezembro de 2002, não sabia da operação. E afirmou duvidar que Delúbio tenha querido comprometer ou atingir o vice-presidente. "Eu não sei nem se ele (Delúbio) sabia o que estava fazendo. Tanto que ontem ele afirmou que era dinheiro registrado e depois desafirmou. Ele talvez nem soubesse o que estava acontecendo", avaliou Gomes, que, ao deixar a sede da PF se dirigiu ao Congresso Nacional.





Fonte: Agência Brasil

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