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Nacional
Quarta - 07 de Dezembro de 2005 às 18:12
Por: Carmen Pompeu

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Fortaleza - Depois de uma semana de seqüestro, o empresário José Elizomarte Fernandes Vieira foi liberado ontem à noite, por volta das 22 horas, na rodovia CE-060 próximo ao município de Acarape, a 55 quilômetros de Fortaleza. A polícia cearense ainda não tem pistas sobre os seqüestradores e nem sobre o local do cativeiro. Elizomarte é um dos sócios da revenda Brilhe Car, onde a quadrilha que furtou R$ 164,7 milhões do Banco Central de Fortaleza, no início de agosto, comprou 11 carros importados.

O delegado que apura o caso, Luiz Carlos Dantas, do Departamento de Inteligência Policial (DIP), não descarta a possibilidade de o seqüestro ter alguma ligação com o furto milionário ou mesmo com o seqüestro do qual foi vítima Luiz Fernando Ribeiro, o "Fé", de 26 anos. Em outubro deste ano, Fé, acusado de ter financiado com R$ 300 mil a ação contra o BC, foi seqüestrado quando chegava a uma boate em São Paulo. Horas após o pagamento do resgate de R$ 2,1 milhões, ele foi morto.

Elizomarte foi libertado 24 horas após a família pagar o resgate, cujo valor não foi revelado. Informações não oficiais falam em R$ 2 milhões. Abatido, mais magro e com a barba ainda por fazer, Elizomarte concedeu entrevistas de manhã e contou detalhes de como foi arrebatado pelos bandidos. De acordo com ele, na terça-feira (29 de novembro), quando voltava para casa, às 20 horas, três homens o abordaram em um cruzamento da avenida Antônio Sales próximo ao Supermercado Cometa.

O sinal estava vermelho e os homens simularam uma operação policial de busca de drogas. Mandaram o empresário deitar-se no banco traseiro e só quando lhe colocaram um capuz na cabeça foi que se deu conta de era vítima de um seqüestro. Depois de rodar por cerca de três horas com os bandidos, ele foi levado para um quarto escuro que diz não saber onde fica.

Elizomarte, que sofre de uma doença crônica, precisa tomar remédio controlado. Durante os oito dias que ficou nas mãos dos bandidos, não tomou a medicação. Hoje seria a data máxima que ele poderia ficar sem o remédio, segundo informou a família. "Pedi muito a Deus para sair vivo de lá para esclarecer a pessoa inocente que eu sou", comentou o empresário negando qualquer tipo de envolvimento com a quadrilha que furtou o BC.

Logo após a descoberta do furto milionário, Elizomarte e o irmão dele, Dermival, foram detidos pela Polícia Federal. Ficaram mais de 40 dias presos. Denunciados à Justiça pelo crime de lavagem de dinheiro, os dois respondem o processo em liberdade. Segundo o empresário, a venda dos carros teria sido feita "na boa fé". "Estou pagando por uma coisa que não fiz. Fiz o negócio todo na boa fé. Tudo na luz. Não escondi nada da polícia. Queria pedir a Deus que me tirasse desse sofrimento. Fiquei preso sem ter me envolvido com nada até hoje. Minha vida sempre foi trabalho. Todo mundo que me conhece sabe que a minha vida foi só trabalhar", comentou.

Durante o período no qual o empresário estava no cativeiro, a polícia e a imprensa se mantiveram distantes a pedido da família dele. A negociação com os seqüestradores foi feita por Dermival. De acordo com o delegado Luiz Carlos Dantas, por se tratar de um crime de ação pública, a polícia vai investigar e prender os envolvidos.





Fonte: Agencia Estado

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