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Politica Brasil
Quarta - 07 de Dezembro de 2005 às 15:53
Por: Tauana Schmidt

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A maior parte dos 80 servidores do Judiciário de Sinop não está trabalhando hoje, protestando para cobrar do Tribunal de Justiça aumento salarial para a categoria. “A Assembléia Legislativa adiou a votação da mudança do projeto de Lei Ambiental que é de suma importância para o Estado, mas vai votar pela aprovação do projeto de reajuste salarial dos juízes, que já ganham R$ 19 mil e vão ganhar R$ 22 mil. Enquanto isso, os servidores têm que trabalhar numa situação de defasagem salarial de mais de 9 anos. Essa situação é realmente difícil de engolir”, disparou, ao Só Notícias, a oficial de justiça do Fórum de Sinop Bernadete Laurindo, quando se refere ao motivo da paralisação que os servidores estão fazendo no judiciário do município.

Semana passada, os servidores já tinha feito outro protesto. “São vários problemas que estamos enfrentando. Não estamos desmerecendo o trabalho dos juízes nem criticando o aumento dado à eles, pois sabemos da importância do trabalho deles para a sociedade. Mas o que queremos é chamar a atenção das autoridades para que tenham consciência de que o trabalho dos demais servidores também deve ser valorizado”, esclareceu, ao Só Notícias, o oficial de justiça Eduardo Pereira da Silva.

Ele informou ainda, que entre as reivindicações dos servidores está a integração do abono de R$ 220 que atualmente é pago, mas sem integrar férias e 13º salário e que no ano que vem o TJ já informou que será cortado. Além da aprovação do plano de cargo de carreira de salários, “não temos estímulo para trabalhar. Entramos no judiciário num cargo e trabalhamos 5, 6, 10 anos e continuamos no mesmo cargo, sem crescimento pessoal ou profissional”, acrescentou.

Hoje os servidores cobram um reajuste de pelo menos 35%. “Na verdade nossas perdas são de 85%, mas esse reajuste é impossível. Queremos qualquer contraproposta. Até mesmo para cobrir o que foi feito há 4 anos, quando conseguimos arrecadar dinheiro para reajuste junto a Assembléia Legislativa e o TJ deu o aumento de 47% para os juízes. Isso foi muito injusto com a categoria”, reforça Eduardo.

Ainda estão sendo cobradas as questões do teto mínimo de trabalho dos oficiais de justiça que hoje têm que arcar com as despesas com combustível dos veículos que utilizam para entregar intimações e a questão do salário base de alguns servidores. “É irônico. A lei é clara quando diz que ninguém pode ganhar menos que um salário mínimo (R$ 300) e aqui, dentro do próprio judiciário, tem gente que tem um salário base de R$ 170”, salienta, revoltado.

Hoje os atendimentos estarão parcialmente paralisados e apenas algumas audiências serão realizadas. A partir de fevereiro de 2006 os servidores poderão deflagrar greve, caso não seja dado o aumento salarial. “greve é ruim para todos, não é isso que queremos, mas se não houver acordo essa será a medida extrema que vamos tomar”, ressalta, Eduardo.

Recentemente, os juízes do Estado receberam aumento salarial de 13,95%, que será pago a partir de 1º de janeiro, e até o momento o governo não deu posição aos demais servidores do judiciário se haverá aumento ainda este ano, alegando que não é possível por causa da baixa arrecadação de impostos.

Amanhã, também não haverá expediente no fórum, pois o dia 8 de dezembro é feriado no judiciário mato-grossense, Dia da Justiça. Ainda não está definido se os servidores atenderão na sexta-feira. O Fórum da Comarca e Sinop atua hoje com aproximadamente 80 funcionários que atendem o município de Santa Carmem, além de Sinop.





Fonte: Só Notícias

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