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Politica Brasil
Terça - 06 de Dezembro de 2005 às 22:35

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Brasília - A secretária especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo, Mara Gabrilli, disse hoje à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos que detalhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em março de 2003, todo um esquema de corrupção na cidade de Santo André (SP).

Ela relatou que foi a Lula "pedir para que o presidente promovesse uma intervenção federal na prefeitura de Santo André". Segundo ela, o presidente estava acompanhado de dona Marisa e três assessores, e ela com sua assistente. "Comecei contando a situação de saúde de meu pai, o pagamento de caixinha todo dia 30, e o presidente fazia perguntas dando a entender que não sabia de nada", disse.

Segundo ela, Lula pediu para um assessor anotar alguns pontos e disse que "iria tomar providências a respeito". Mara Gabrilli afirmou que "nada foi feito". Ela disse ter mostrado, na casa do presidente, que as irregularidades na prefeitura e as represálias à empresa de transporte do pai, Lizaberto Júlio Gabrilli Filho, continuavam mesmo depois da morte do prefeito Celso Daniel.

"Só o sistema de caixinha mensal para arrecadação de dinheiro havia cessado", afirmou. "A empresa estava sofrendo retaliações por parte da prefeitura, que privilegiava outras empresas em detrimento da de meu pai".

À CPI dos Bingos, Gabrilli, que se filiou ao PSDB no passado, afirmou que não estava ali como secretária, mas como filha de Lizaberto Júlio Gabrilli Filho, empresário na área de transporte desde 1961. "A pressão que meu pai começou a sofrer o deixou doente e, por conta de três pessoas, uma dentro da prefeitura de Santo André, o (hoje ex-secretário de Serviços Municipais, Klinger de Oliveira, o empresário Ronan Pinto, e Sérgio Sombra (Sérgio Gomes da Silva, ex-segurança de Celso Daniel), ele se transformou em outra pessoa, "tensa e abalada, com o nível de corrupção montado".

Mara também afirmou que a conversa foi acompanhada por um dos assessores do presidente, "um homem alto e de barba", que teria dito a ela, "de maneira impositiva", para não falar com a imprensa sobre o teor da conversa com o presidente e mencionasse apenas que teriam falado sobre "reabilitação de portadores de deficiência física".

A história havia sido contada à CPI pela irmã de Mara, a empresária Rosângela Gabrilli, no dia 23 de novembro. Rosângela é uma das proprietárias da Expresso Guarará, empresa de transporte coletivo com sede em Santo André. As informações são da Agência Brasil.




Fonte: Agência Estado

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