José Serra diz não ser candidato; Geraldo Alckmin ironiza colega

O prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem que não é candidato à Presidência, mas agradeceu o apoio do prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), que afirmou que abriria mão de sua candidatura em favor do tucano. "Não tenho expectativa de ser candidato", declarou Serra.

O prefeito paulistano afirmou ainda que a declaração de Maia não aponta para uma chapa já formada. "É uma opinião de um político importante. No que se refere a mim, eu agradeço os comentários positivos. Isso não significa que tenhamos uma candidatura lançada ou um acordo entre partidos. Isso é coisa de entendimento entre partidos para bastante mais adiante", disse Serra, que participou ontem de um evento para assinatura de convênio com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Questionado sobre a preferência de Maia, Alckmin disse que o partido agradecia, mas que Serra não irá disputar o cargo. "O Serra tem dito que não é candidato. Não posso falar por ele. [Isso] vocês perguntem a ele", afirmou o governador, que é um dos prováveis candidatos tucanos à Presidência.

As declarações foram dadas em momentos diferentes. Alckmin deu entrevista ao chegar ao evento. O prefeito falou na saída.

Já o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), disse ontem, por meio de sua assessoria, que a escolha do candidato do PSDB à Presidência ocorrerá no "tempo certo", procurando jogar água fria no entusiasmo de Maia.

"Fica claro que o prefeito Cesar Maia sinaliza que o PFL apoiará um candidato do PSDB, mas ele sabe que há um tempo certo para essa discussão e que caberá ao PSDB escolher seu candidato, que, acredito, terá o apoio e o mesmo entusiasmo do prefeito Cesar Maia, qualquer que seja a decisão", disse o governador mineiro, que teve encontro com Maia na última sexta, no Rio.

Em entrevista ao colunista da Folha Josias de Souza, Maia afirmou que Serra havia dito a ele que seria o candidato tucano na disputa presidencial em 2006.

Contatos

Numa demonstração de que também está fazendo contatos, Alckmin falou que já conversou com representantes do PFL sobre as eleições de 2006. A conversa, segundo disse, foi com o presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), e o senador Marco Maciel (PE). "O PFL disse que vai primeiro tentar viabilizar uma candidatura própria, que seria o Cesar Maia. Se não viabilizar, discute uma aliança", afirmou.

Segundo Alckmin, o partido não deve fazer prévia para decidir qual o tucano que disputará a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por tradição, acredita Alckmin, a questão deve ser encerrada com entendimento entre os membros da legenda.