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Meio Ambiente
Quinta - 01 de Dezembro de 2005 às 14:45

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O aquecimento do planeta e a deterioração do meio ambiente podem desencadear migrações em massa no século XXI, em particular nas regiões mais pobres, segundo os especialistas do Grupo Intergovernamental sobre a Mudança Climática (GIEC). Apesar de não ter sido estabelecido um vínculo direto entre a mudança climática e o aumento de alguns fenômenos naturais como os ciclones, as ruas desérticas de Nova Orleans depois da passagem do furacão Katrina no final de agosto parecem pressagiar um mundo submetido a problemas e suas nefastas repercussões.

Até o final do século XXI, o termômetro pode subir entre 1,4°C e 5,8°C, segundo as previsões dos especialistas do GIEC, e o nível do mar aumentará entre alguns centímetros e quase um metro em função do degelo na Groenlândia. .

Segundo um estudo do Instituto Universitário para o Meio Ambiente e a Segurança Humana (Unu-EHS), com sede em Bonn, até 50 milhões de pessoas no mundo poderão se ver obrigadas a abandonar suas casas durante os próximos cinco anos devido a secas, inundações, deslizamentos de terra, altas do nível do mar e a desertificação. .

"Na última década, as catástrofes naturais já causaram mais mortos e deixaram mais desabrigados que os conflitos ou as guerras civis", explicou o diretor do Instituto, Janos Bogardi. Quase 20 milhões de pessoas se viram obrigadas a mudar de residência por causa dos problemas relacionados com a deterioração do meio ambiente. .

E o futuro não parece muito bom. O Instituto antecipa, entre as catástrofes ecológicas previsíveis, um avanço de 10 mil km2 anuais do deserto de Gobi na China, uma erosão acelerada do solo na Turquia ou o Magreb e a salificação de terrenos cultiváveis no Egito. .

No Pacífico, os aproximadamente 11 mil habitantes de Tuvalu, uma pequena nação composta por nove ilhas, serão talvez os primeiros nos próximos 50 anos a se exilarem se não quiserem naufragar com seu país, que será tragado pelo Oceano. Segundo a ONU, quase 100 milhões de pessoas que vivem em zonas situadas abaixo do nível do mar correm perigo, assim como metade dos habitantes das zonas costeiras. .

"Muitas cidades grandes, no litoral ou em regiões suscetíveis a ser inundadas, contam com um número crescente de habitantes em zonas perigosas ou desabitadas no passado", insiste Bogardi. Os países em desenvolvimento são mais vulneráveis, pois suas economias dependem de setores diretamente relacionados ao clima e às condições meteorológicas, como a agricultura e a pesca. .

Porém, desde 2002, o Centro sobre o Clima da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, com sede em Haia, tenta prevenir os efeitos dos desajustes ambientais nos países mais pobres, alertando a população e adotando programas educativos.





Fonte: AFP

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