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Politica Brasil
Quarta - 30 de Novembro de 2005 às 09:15

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Há cerca de 40 dias, o superintendente do Grupo Gazeta de Comunicação, João Dorileo Leal, começou a receber recados variados. As informações se referiam a retaliações do juiz Julier Sebastião da Silva em função da série de reportagens que o jornal A Gazeta publicou sobre o caixa 2 da campanha do candidato derrotado à Prefeitura de Cuiabá, Alexandre Cesar, em 2004. Companheiro de Alexandre, Julier não se conforma com a derrocada política do amigo, ex-companheiro de partido.

Os recados, alguns em tom de ameaça, alertavam Dorileo para "calar a boca senão sofreria na pele as consequências das reportagens". Não se passaram muitos dias para que os fatos viessem à tona. Através da TV Centro América, João Dorileo foi informado que será alvo de um inquérito, a ser aberto ainda pela Polícia Federal, para investigar supostas ligações dele com a organização criminosa de João Arcanjo Ribeiro.

Para basear o pedido, Julier requentou parte do processo em que apura os crimes de Arcanjo. Nas movimentações financeiras das factorings do bicheiro aparece o nome de João Dorileo Leal em um empréstimo de cerca de R$ 2 milhões. A dúvida sobre esta operação já havia sido dissipada no dia 12 de setembro de 2003 quando o empresário prestou esclarecimentos aos procuradores José Pedro Taques e João Gilberto Gonçalves Filho.

Na época, Taques chegou a comentar que não havia nada contra Dorileo (ver matéria nesta página). A explicação está em depoimento no arquivo do Justiça Federal. Na oportunidade, Dorileo explicou que o montante foi fruto de um empréstimo concedido à Gráfica e Editora Centro Oeste, de quem é sócio majoritário, e que em seguida foi creditado em sua conta. A movimentação consta, segundo o empresário, na contabilidade da Gráfica e também está declarada à Receita Federal.

"Desafio Julier ou quem quer que seja a provar que fiz empréstimo na condição de pessoa física em factoring", disse Dorileo ao tomar conhecimento do teor da acusação do juiz através da TV Centro América. Ele garantiu não ter ter sido citado em qualquer processo ou mesmo chamado a depor na PF.

O advogado de João Dorileo Leal, Cláudio Stábile, disse que vai tentar se informar sobre o que está acontecendo, mas antecipou que seu cliente tem o maior interesse de esclarecer tudo, até porque já previa uma reação desse nível, mais cedo ou mais tarde. Stábile estranha que mais de dois anos depois de ter explicado uma operação "totalmente lícita", o juiz Julier Sebastião tenta ressuscitar o assunto. "Não há explicação racional, a não ser a retaliação às denúncias de A Gazeta sobre o caixa 2 do PT".




Fonte: A Gazeta

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