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Politica Brasil
Quarta - 23 de Novembro de 2005 às 09:15
Por: Noelma Oliveira

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O deputado federal Pedro Henry (PP), único de Mato Grosso acusado de participar do suposto esquema do “mensalão”, ganhou mais fôlego após os dois depoimentos ontem no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar de testemunhas arroladas no processo de cassação contra o parlamentar.

O assessor do PP, João Cláudio Genu, segundo a Agência Câmara, admitiu ter feito saques no Banco Rural no valor de R$ 700 mil. Genu alegou que à época trabalhava com Pedro Henry, então líder do partido na Câmara Federal, porém o parlamentar de Mato Grosso “não tomou conhecimento da operação”, que teria sido autorizada pelos deputados José Janene (PR) e Pedro Corrêa (PE), ambos do Partido Progressista.

Conforme o depoimento, Genu disse que, após sacar o dinheiro, fazia a entrega no escritório do partido. Segundo ele, a partir daí, desconhecia o destino do dinheiro.

O deputado Pedro Corrêa, também acusado no suposto esquema do “mensalão”, negou que tenha recebido vantagens. Ele confirmou que recebeu a quantia de R$ 600 mil, segundo a Agência Câmara, de saques feitos pelo assessor do partido João Cláudio Genu. Ainda confirmou o recebimento de R$ 100 mil em espécie.

Ele reiterou o que havia falado em depoimentos anteriores feitos às CPMS, nos quais afirmou que o dinheiro foi utilizado para pagar honorários do advogado Paulo Goiás, que defende o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais no Acre.

Pedro Henry, que retorna hoje a Mato Grosso, disse que os depoimentos só vieram a confirmar os fatos. “Ele (Genu) não mudou a posição”, salientou o parlamentar progressista. Cauteloso, Henry disse que os depoimentos representam apenas uma etapa do processo de cassação.

“O que eu não posso é sair desta história com dúvida”, sustentou. Diz ainda que não está com pressa. São 90 dias para o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar concluir o relatório. O de Henry teve início no dia 16 do mês passado. Outros dois foram arrolados como testemunhas no processo de cassação. Um deles é o deputado José Janene, que está de licença médica, e outro é Benedito Domingos, que já enviou uma carta ao Conselho dizendo que não tem nada contra Pedro Henry.

Henry foi acusado pelo ex-deputado Roberto Jefferson de ser um dos operadores do esquema do “mensalão”. Segundo o deputado cassado, Henry pressionou o líder do PTB na Câmara, José Múcio Monteiro (PE), a participar do suposto esquema. Henry e Múcio negaram a acusação.

Interrogado pelo relator do processo contra Henry, deputado Orlando Fantazzini (Psol-SP), Genu informou ter recebido um telefonema do contador nacional do PP, pedindo-lhe que fizesse os saques. Como ele não conhecia o contador, teria consultado Janene e Pedro Corrêa sobre a conveniência de atender o pedido. Os dois deputados, então, teriam autorizado o assessor a dirigir-se à agência do Banco Rural para retirar o dinheiro. (Com Agência Câmara)





Fonte: Diário de Cuiabá

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