Júlio César se diz convencido da importância das PPPs

O prefeito Júlio César Davoli Ladeia (PL) participou na semana passada de quatro dias de discussões sobre Parcerias Público Privadas (PPP), durante o primeiro seminário sobre o tema, realizado no Rio de Janeiro. Para Ladeia, o modelo de investimentos que associa a iniciativa privada ao setor público é extremamente importante. "Todos sabem que o Governo, seja federal, estadual ou municipal, não dispõe dos recursos necessários para resolver todos os problemas de infra-estrutura que se apresentam", justifica.

A seguir, os principais trechos da entrevista:

O senhor acha que Tangará da Serra precisa de PPP?

Acho que sim. Até porque o Governo Federal mantém uma postura que prioriza investimentos em cidades com menos de 30 mil habitantes. Isso não nos anima a acreditar que irá liberar recursos para grandes projetos em Tangará da Serra, como o que temos na área de saneamento, por exemplo. Os investimentos necessários são superiores à R$ 30 milhões. Precisamos instalar rede de esgoto em 95% da cidade. Esse é um dinheiro que o Município não tem, o Estado não tem e o Governo Federal não prioriza. Para nós, não há outra alternativa.

Qual o retorno para a empresa que decidir investir nesse projeto?

O retorno está previsto na Lei das PPPs. A parceria é firmada prevendo inclusive o resultado que o investidor privado terá durante o período em que a PPP estiver valendo. A empresa receberá por um determinado tempo os recursos gerados com a taxa do serviço criado com recursos que investiu. Isso se mantém até que se pague o investimento feito.

Existem investidores interessados em Tangará da Serra?

Eu não tenho menor dúvida de que haverão muitos interessados, desde que nós gestores públicos continuemos correndo atrás. Lá no Rio eu me encontrei com o secretário de estado do governo Maggi, Luiz Antônio Pagot, e ele teceu elogios à iniciativa de Tangará da Serra em estar presente neste tipo de evento. Durante o seminário eu e o Lucas (secretário de Planejamento) participamos de reuniões de contatos pessoais com investidores do País e do exterior. Foi a oportunidade de apresentar a cidade à muitos grandes empresários. Me reuni, por exemplo com o diretor da GT Investimentos, James Ferreira da Silva, que administra investimentos para um grupo de empresários de São Paulo. Também conversei com o presidente da Câmara Japonesa de Negócios no Brasil, Teji Sakurai. São contatos assim que pretendemos manter para que Tangará da Serra não esteja fora desse processo.

Já na segunda-feira (21) o senhor estará em Curitiba-PR, porquê?

Primeiro é preciso dizer que a comitiva contará com o secretário municipal de Educação, professor José Paulo, o presidente do Conselho Municipal de Educação, professor João Costalonga, a coordenadora Roseli Sommer e a coordenadora professora Sandra. E a viagem sem dúvida é importante, porque a maior obra que um prefeito pode fazer é melhorar a Educação. Podemos enfrentar e vencer os maiores desafios, mas se não vencermos o desafio de melhorar nosso sistema de Educação, então não valeu a pena, porque quem cuida desta área está investindo num futuro melhor para sua cidade. É por isto que estamos preocupados em melhorar a qualidade do ensino ofertado na nossa rede municipal. Em Curitiba, nós conhecemos o sistema de ensino apostilado implantado na rede municipal da capital paranaense. Queremos repetir aqui aquilo que já deu certo lá.

Há uma outra viagem agendada para os próximos dias?

Sim. Eu e outros prefeitos que integram o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Econômico e Social do Alto do Rio Paraguai visitaremos consórcios intermunicipais que tiveram experiências de sucesso nos estados do Espírito Santo e da Paraíba.

Porquê?

Porque nós temos que procurar experiências de sucesso para repeti-las. É com esse objetivo que a Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM) e SEBRAE estão organizando essa comitiva de prefeitos. Vamos buscar a troca de conhecimentos entre os prefeitos mato-grossenses e os prefeitos de outros estados.