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Cultura
Quinta - 17 de Novembro de 2005 às 07:25

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A Casa Barão do Melgaço, sede das duas mais antigas instituições culturais de Mato Grosso, a Academia Mato-grossense de Letras (AML) e o Instituto Histórico e Geográfico (IHGMT), deve ser reinaugurada em fevereiro de 2006. O projeto está recebendo R$ 430 mil da parceria entre Governo do Estado e o Banco do Brasil, recurso destinado ao Programa de Recuperação e Revitalização do Patrimônio Histórico de Mato Grosso. Um grupo composto por representantes das duas entidades estão acompanhando as obras. Segundo o secretário de Estado de Cultura e presidente do Instituto Histórico, João Carlos Vicente Ferreira, a obra é fundamental para o resgate da cultura mato-grossense.

A revitalização criará novos banheiros, salas para pesquisa, espaço para palestras, além da pedida climatização de todos os ambientes. A arquitetura original está sendo recuperada, os pisos, os alicerces, beirais, estão sendo confeccionados com fidelidade aos originais. O telhado, as dobradiças das portas também serão trocadas. Medidas que visam além de reconstituir um patrimônio, oferecer conforto ao público e principalmente proteção ao acervo de pesquisa.

Estagiários em parceria com instituições de ensino serão convocados para atender ao público, confirmou o secretário. Para Vera Randazzo, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso há 29 anos, a iniciativa é uma grande satisfação, "É a primeira vez que a Casa Barão de Melgaço está sendo restaurada".

A Casa Barão - A Casa Barão de Melgaço é uma ilha de conhecimento em Mato Grosso. Casarão com cinco peças, corredor com salas em suas laterais, ao centro o grande salão que abriga o auditório, além de um jardim.

A aproximação quanto à origem de sua construção só foi possível através do estudo de dois mapas. Um que mostrava a ainda Vila Real em 1777. Este contava com a antiga Rua Nova (esta passou pelo nome de Rua do Campo para depois receber o atual nome, Rua Barão de Melgaço), com apenas seis casas entre elas nossa investigada. Outro em 1775, "A Planta de Vila Real". Neste a Rua Nova ainda não existia.

Sua arquitetura, inicialmente dos casarões senhoriais, foi gradativamente sendo alterada com o passar dos anos. O arquiteto, professor fundador da Universidade Federal de Mato Grosso e membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, Moacyr Freitas comenta essas alterações:

"O proprietário da Casa Barão de Melgaço, influenciado pelo "modismo europeu", transformou-a na aparência que hoje a temos. Foram retirados os beirais, trocados pela platibanda. Várias pilastras com caneluras foram distribuídas nas fachadas, destacando as portas e janelas por molduras, frisos e outros desenhos geométricos."

O nome da casa é uma homenagem a figura erudita de Augusto João Manoel de Leverger, que lá morou 43 anos. A importância da Casa, tombada pelo Governo do Estado como Patrimônio Histórico Cultural, é inquestionável. Mas ela não é lembrada devido somente ao passado. Detentora de grande material de pesquisa, atende a toda sociedade interessada em conhecimento sobre o Estado.

A Casa Barão de Melgaço vinha sofrendo ações de vândalos e até mesmo um incêndio abalou sua estrutura. Teve parte de seu acervo documental destruída pelo fogo e pela chuva devida as incalculáveis goteiras. Parte do acervo foi recuperada graças a parceria de vários órgãos, como o Arquivo Público do Estado e a Universidade Federal de MT.




Fonte: A Gazeta

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