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Quarta - 16 de Novembro de 2005 às 23:14
Por: Oliver Bullough

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Autoridades russas disseram na quarta-feira que obras de arte de valor imensurável foram retidas na Suíça, aparentemente a pedido de uma empresa local que há muito tempo cobra o pagamento de dívidas da Rússia.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Suíça não quis comentar o assunto. Uma empresa de advocacia de Genebra representando a companhia suíça Noga, que cobra a Rússia pelo que diz ser uma dívida de cerca de 800 milhões de dólares desde 1993, também não quis fazer comentários.

A coleção inclui pinturas dos mestres Pablo Picasso, Auguste Renoir, Claude Monet e Vincent Van Gogh e ficou em exposição na cidade suíça de Martigny durante cinco meses.

A televisão estatal russa disse que a coleção de arte do museu Pushkin, de Moscou, deveria ter deixado a Suíça, mas foi retida na fronteira.

"Advogados e a embaixada russa na Suíça estão tomando todas as medidas necessárias para resolver a situação", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Moscou.

A empresa de comércio Noga já reteve temporariamente um navio, caças e uma propriedade diplomática numa série de tentativas para garantir o pagamento de dívidas ligadas a acordos para o suprimento de alimentos em troca de petróleo em 1991-1992. Ela exige o pagamento imediato de 63 milhões de dólares.

Autoridades russas reagiram e a Agência Federal de Cultura e Cinema, proprietária das pinturas, recomendou que todos os museus interrompam conversações com organizações suíças sobre o envio de exposições àquele país.

"A apreensão de 54 pinturas a pedido da empresa Noga é uma grande violação da lei internacional para a proteção de tesouros culturais", disse a agência no seu site (www.rosculture.ru).

"A agência apelou às autoridades suíças com uma solicitação para pôr fim ao caos em torno desses objetos culturais únicos."

A diretora do museu Pushkin, Irina Antonova, advertiu que as obras podem ser danificadas.

"As autoridades suíças de modo absolutamente ilegal tomaram passaportes e telefones dos funcionários que estão acompanhando a exibição", disse ela ao canal estatal First Channel.

Ela afirmou ainda que os motoristas dos caminhões levando os quadros foram forçados a desligar os aparelhos que controlam a umidade em torno das obras de arte.

"Os quadros dentro das caixas podem ser danificados pelas mudanças que inevitavelmente ocorrerão nesses caminhões", afirmou.

A Noga já fez apreensões judiciais na França, Suécia e Luxemburgo, mas nunca conseguiu obter o dinheiro que diz lhe ser devido.





Fonte: Reuters

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