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Internacional
Terça - 15 de Novembro de 2005 às 18:57

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O Governo japonês não tem nenhum interesse no caso de Alberto Fujimori além de sua cidadania japonesa, disse hoje um porta-voz oficial, que descartou a existência de uma "agenda oculta" em Tóquio com relação ao ex-presidente peruano detido no Chile. Segundo Tomohiko Taniguchi, um dos porta-vozes do Ministério de Exteriores do Japão, a simpatia expressada ao ex-presidente peruano por alguns políticos japoneses ao longo dos cinco anos de sua estada no Japão não é compartilhada pelo Governo.

O Governo japonês "não toma partido", disse Taniguchi, acrescentando que nunca existiu uma "agenda oculta" no Japão com relação ao ex-governante procurado pela Justiça do Peru.

O "alerta vermelho" emitido contra Fujimori pela Interpol e ignorado pelo Japão não tem "o poder de ativar o processo de uma investigação criminosa no país em que reside o indivíduo em questão", apontou o alto funcionário.

Com relação à sigilosa saída de Fujimori de Tóquio na madrugada de 6 de novembro em um avião fretado, Taniguchi assegurou que o Japão não é um país comunista que vigia cada um de seus cidadãos.

O porta-voz acrescentou que o ex-governante peruano era "um cidadão comum" no Japão, que não era vigiado por nenhuma autoridade.

O diplomata classificou de "amplificada" a reação na América Latina à visita que três diplomatas japoneses fizeram a Fujimori em Santiago imediatamente após sua detenção por parte das autoridades chilenas.

Após citar o direito de Fujimori ao atendimento por parte de funcionários consulares de seu país por ser um detido com nacionalidade japonesa, Taniguchi assegurou que o ex-governante poderá ter a cidadania japonesa até que decida renunciar a ela, já que não há nenhuma norma que permita retirá-la.

Pouco após deixar o Governo do Peru em meio a escândalos de corrupção em 2000, Fujimori recebeu a confirmação de sua nacionalidade japonesa transmitida por seus antepassados e ficou a salvo das tentativas de extradição por parte de Lima, ao não existir um tratado de extradição entre os dois países.

Segundo a Chancelaria japonesa, o Peru enviou dois pedidos de extradição. Tóquio, por sua vez, respondeu com dois questionários, um dos quais, o mais recente, foi respondido sem tradução para o japonês, "contrário à prática habitual", o que impediu seu envio ao Ministério da Justiça, o último destinatário do documento.

Taniguchi não confirmou se o Governo japonês sentiu alívio com a saída de Fujimori e reiterou que, além dos direitos concedidos por sua cidadania japonesa, Tóquio não tem nenhum interesse no futuro do ex-governante.




Fonte: Agência EFE

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