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Economia
Terça - 15 de Novembro de 2005 às 17:13
Por: Joana Dantas

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O volume de exportações de Mato Grosso até outubro deste ano já é maior que o do ano passado inteiro. Entre janeiro e outubro foram movimentados US$ 3,569 bilhões, enquanto nos 12 meses de 2004 as vendas externas fecharam em US$ 3,101 bilhões, conforme divulgou o Ministério do Desenvolvimento, Industrial e Comércio Exterior. Em relação ao mesmo intervalo do ano anterior, o crescimento dos negócios internacionais mato-grossenses representou 34,46%.

O principal produto responsável por esse resultado continua sendo o complexo da soja (grãos, bagaço e óleo), com cerca de US$ 2,882 bilhões em exportações, equivalentes a 80,74% da participação na pauta de exportação.

Mesmo com toda dificuldade enfrentada pelo produtor rural, o grão mandado para fora do país respondeu por 54,49% das vendas internacionais. E em 10 meses, Mato Grosso exportou 8,296 milhões de toneladas em grãos, 58,11% a mais que no mesmo período de 2004.

Entretanto, para o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Rui Prado, os reflexos da crise agropecuária vão ocorrer nas exportações do ano que vem.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que haverá uma queda de quase 9% da área plantada, ou algo em torno de 450 mil hectares em 2006. "O produtor está endividado, não tem crédito, não pode produzir", observou Prado.

O secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alexandre Furlan, comemora o resultado das exportações. Segundo ele, em apenas 10 meses o Estado superou a meta de exportações do governo, que era de US$ 3,5 bilhões.

De acordo com o secretário, apesar da crise dos produtos agrícolas, a expectativa é agora atingir US$ 4 bilhões em exportações até o final do ano. "Temos a certeza que num prazo de dez anos Mato Grosso será um dos maiores exportadores de proteína animal do Brasil devido à atração de investimentos de grandes agroindústrias, como a Sadia e a Perdigão", comemora Alexandre Furlan.

Furlan ressalta que, apesar do ritmo de crescimento nas exportações de Mato Grosso, o que não ocorre em muitos estados brasileiros, o Estado ainda precisa ampliar a cultura de exportar.

"Exportar não é um 'bicho de sete cabeças'. Mato Grosso precisa criar esta cultura exportadora. Por menor que seja a empresa, se tiver produto com qualidade, preço e quantidade, há condições para disputar o mercado consumidor de outros países", acrescenta o secretário.

Em velocidade bem inferior, as importações do Estado aumentaram 12,44%, movimentando US$ 371,3 milhões nesses 10 meses do ano. Na relação dos itens de produtos, o cloreto de potássio é o principal, participando com 43,02% e respondendo por US$ 159,857 milhões.

Conquista do mercado africano

Mato Grosso amplia sua participação no mercado consumidor africano. Entre janeiro e outubro, o crescimento das vendas para esse continente foi de 182,45%, movimentando US$ 122,063 milhões.

Entretanto, a União Européia (UE) se mantém em primeiro no ranking das exportações mato-grossenses, com 40,57% da fatia de mercado. Para o bloco econômico foram comercializados US$ 1,448 bilhão no período analisado.

Em segundo, os países asiáticos são responsáveis por 37,16% dos negócios feitos com o Estado, o equivalente a US$ 1,326 bilhão. Porém, a expectativa é de que em breve a Ásia ultrapasse a UE devido ao crescimento nas aquisições registrado, que este ano foi de 60,43% – enquanto a União Européia ampliou em 10,93% suas importações em Mato Grosso.

Além disso, individualmente a China é o maior mercado consumidor do Estado, respondendo sozinha por 17,99% das exportações estaduais com R$ 642,328 milhões movimentados, um aumento de 70,02%.

As multinacionais agrícolas Bungee, Amaggi e ADM do Brasil são as três principais exportadoras em Mato Grosso. As três juntas movimentaram US$ 1,638 bilhão.




Fonte: Folha do Estado

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