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Polícia Brasil
Terça - 15 de Novembro de 2005 às 10:18

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Gritos, xingamentos e lágrimas. Essa foi a reação de uma mãe desesperada ao ver o filho preso na 39ª DP (Pavuna), no Rio de Janeiro, na manhã de ontem. Cícera Gomes da Silva não conseguiu conter sua revolta quando chegou à delegacia e encontrou Alexandre Silva de Carvalho, o Alê, 19 anos, detido por ter sido flagrado com cocaína, munição e explosivo na Favela Joana Darc, em Guadalupe, zona norte da cidade.

"Não tenho mais idade para ser revistada quando vou visitar você. Você é um safado, um vagabundo! Falei para você ficar quietinho, que era para servir ao Exército. Você vai e faz mais uma! Quem vai sustentar tua mulher e os três filhos, seu desgraçado?", gritava Cícera, que chegou a tentar bater no filho, mas foi impedida pelos policiais.

O traficante foi capturado por soldados do 14º BPM (Bangu) quando carregava 60 balas de fuzil 7.62 em uma bolsa, 30 sacolés de cocaína em uma lata de leite em pó e uma banana de dinamite com detonador, envolvida em fios de plástico.

Quando era autuado em flagrante na delegacia, o bandido foi surpreendido pela chegada de sua mãe. Ao ver o filho algemado e cercado de policiais militares e civis, começou a gritar que não agüentava mais ir visitá-lo na cadeia. E xingou Alê durante muito tempo.

A explosão de fúria e indignação de Cícera, no entanto, era alternada com momentos de ternura e compaixão com a situação de Alê. Depois de desabafar bastante, ela jogou-se sobre o filho e o abraçou forte, chorando. A demonstração de carinho era quebrada por alguns xingamentos.

Antes de deixar a delegacia, ao lado da nora, grávida de sete meses, disse ao filho que rezaria para não perder o emprego, pois é com o seu salário que vai sustentar os netos. "Nem advogado posso botar para você, porque não tenho dinheiro", lamentou, desolada.

Além da droga, da munição e do explosivo, o traficante, que já foi preso por roubo, estava também com um Certificado de Alistamento Militar. O documento orientava o criminoso a se apresentar ao Exército no início de janeiro, para servir em um quartel.

Os policiais da 39ª DP (Pavuna) afirmaram que a prisão do traficante evitou que mais um bandido "manchasse as Forças Armadas". "Não sei como é feita a triagem pelos militares, mas o rapaz já tinha passagem por roubo e começaria a servir em janeiro", afirmou um dos agentes.

Embora tenha sido pego em flagrante com as balas de fuzil, Alê negou que a munição tenha sido encontrada com ele. O criminoso afirmou que não sabe como os projéteis apareceram em sua bolsa. Quanto aos sacolés de cocaína, o bandido alegou que estava apenas segurando a lata de leite em pó para um amigo. De acordo com ele, seu colega não lhe contou que havia drogas dentro do recipiente.




Fonte: O Dia

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