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Meio Ambiente
Quinta - 02 de Junho de 2005 às 06:48

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A cirurgia da menina Milagros Cerrón Arauco, vítima da deformação chamada "síndrome de sereia", foi realizada com êxito após quatro horas. A equipe de médicos peruanos conseguiu separar suas pernas, que nasceram unidas. A operação separou as pernas da criança de 13 meses da virilha até o calcanhar. A intervenção cirúrgica superou todas as expectativas, pois os cirurgiões peruanos haviam planejado separar os membros inferiores só até a altura do joelho.

Luis Rubio, que coordenou a equipe, disse que espera que, nos próximos 2 anos a menina possa começar a caminha. Entretanto, acrescentou que ela continuará internada, sob cuidados médicos, até os 13 anos de idade pois precisa passar por cirurgia de reconstrução do sistema urinário, digestivo e dos órgãos sexuais.

Os pais do bebê, Ricardo Cerrón e Sara Arauco, acompanharam a cirurgia através de uma televisão, assim como os meios de comunicação locais e estrangeiros.

Os cirurgiões separaram primeiro a pele e a gordura das extremidades para identificar se a artéria da perna direita comprometia a esquerda. Ao constatar o não comprometimento, foi retirado um dispositivo expansor, colocado há dois meses atrás de seus calcanhares para esticar a pele dessa área, o que facilitou a separação.

A região dos calcanhares até a virilha precisou de uma meticulosa intervenção, que durou cerca de duas horas. Após aplicar uma especial sutura de seda, os cirurgiões engessaram as extremidades da paciente.

Nos próximos 15 dias, será retirado o gesso e começará um tratamento muscular intensivo para conseguir a flexão dos joelhos de Milagros de modo independente.

Luis Rubio disse que durante sua gestação o bebê esteve em contato com inseticidas, utilizados na região andina de Huancayo, local de origem dos pais da criança. O médico comentou que "a pobreza e a desnutrição alteram, de geração em geração, os genes", em sua tentativa de dar uma resposta a esse mal que afeta um em cada 70 mil nascidos com alguma deformação genética.




Fonte: AFP

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