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Internacional
Terça - 31 de Maio de 2005 às 23:55
Por: Marc Frank

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Empresas ocidentais recebidas como heroínas em Cuba uma década atrás por desafiarem o embargo imposto ao país pelos Estados Unidos estão arrumando as malas e partindo porque o governo cubano vem retomando o controle sobre vários setores da economia.

Insatisfeitas com a mudança de atitude dos dirigentes, empresas estrangeiras de pequeno e médio porte disseram na semana passada não se sentir mais à vontade em Cuba e mostraram-se preocupadas com a possibilidade de não recuperar o dinheiro que lhes é devido por parceiros cubanos.

O presidente da ilha comunista, Fidel Castro, fortalecido devido aos laços comerciais com a China e a Venezuela, está limitando a liberdade concedida a empresas estatais e restabelecendo o controle central sobre a área comercial e financeira do país.

A empresa espanhola de laticínios Penasanta SA, por exemplo, afirmou neste mês que sua empreitada de 8,5 milhões de dólares na ilha havia fracassado devido ao clima econômico. Histórias parecidas são contadas por outros empresários.

"Fidel acha que não precisa mais das pequenas joint ventures. Então, eles estão mantendo apenas as grandes joint ventures em setores estratégicos como o de telecomunicações, exportação de charuto e rum, energético e hoteleiro", afirmou um investidor que se viu obrigado a abandonar um negócio de 12 anos na ilha.

Em discursos recentes, Fidel lembrou os anos 1980, quando o governo cubano controlava totalmente a economia do país. Segundo o dirigente, o país, de forma apenas relutante e em meio à crise detonada pela queda da União Soviética, abriu suas portas para os investimentos estrangeiros.

"Eu acho que eles nunca nos quiseram aqui", disse o gerente de uma grande empresa européia que está deixando a ilha após 10 anos.

Embaixadas de países ocidentais registraram várias queixas de estrangeiros que tiveram seus negócios liquidados e que não receberam garantias de que seriam indenizados.

"Os parceiros cubanos dizem que vão pagar pelos investimentos e pelo dinheiro devido por causa dos custos de operação do lucro futuro, mas não há certeza de que essas empresas existirão no futuro", afirmou um funcionário comercial de uma embaixada européia.





Fonte: Reuters

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