Para chegar ao resultado, os pesquisadores prepararam os ratos "pais" de maneira que eles poderiam se autoadministrar cocaína por 60 dias, até atingir a maturidade sexual. Os filhotes machos nascidos destes pais apresentaram resistência significativa à dependência da droga, fato que não ocorreu com as fêmeas.
Cocaína apreendida pela polícia em
Ribeirão Preto (SP) (Foto: Paulo Souza/EPTV)
Ao estudar os cérebros dos filhotes, os cientistas descobriram que ocorreu um aumento da expressão de um gene, chamado BNDF, no córtex pré-frontal médio dos animais. A expressão deste gene no córtex é conhecida por inibir comportamento de vício.
A análise mostrou que o gene BNDF sofreu uma alteração química nos filhotes, o que fez com que ele adquirisse expressão maior no cérebro, dizem os pesquisadores. A mesma alteração foi encontrada no esperma dos pais roedores, o que sugere que o fenômeno ocorreu em resposta ao uso da cocaína e foi transmitida para os filhos.
A descoberta contradiz dados médicos em humanos, que indicam que o uso de cocaína pelos pais aumenta as chances do uso da droga pelos filhos.
Os cientistas afirmam que as conclusões são preliminares e devem ser lidas com cuidado, e que é preciso mais pesquisas sobre as influências biológicas, comportamentais e do meio em que as pessoas vivem sobre o uso de drogas, para determinar a existência ou não de um fator hereditário.
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