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Internacional
Segunda - 30 de Maio de 2005 às 22:04
Por: Jon Boyle

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O presidente da França, Jacques Chirac, deve anunciar um novo primeiro-ministro na terça-feira, após a rejeição nas urnas da Constituição da União Européia. Assessores afirmam que Chirac, que reconheceu a derrota da Carta no plebiscito — o "não" ficou com 55 por cento dos votos —, fará um pronunciamento na noite de terça-feira. A expectativa é que ele anuncie um novo primeiro-ministro e um novo gabinete ao longo do dia.

Minutos depois do encerramento do plebiscito, no domingo, Chirac prometeu responder ao resultado "dando um novo e forte ímpeto à ação do governo".

Depois de uma rápida conversa com Chirac na manhã de segunda-feira, o premiê Jean-Pierre Raffarin disse a repórteres que esperaria "o desenrolar de fatos" até o dia seguinte.

A impopularidade de Raffarin é responsabilizada pela derrota da campanha pelo "sim". Pesquisas indicam que os eleitores utilizaram o pleito para punir o governo pelos altos níveis de desemprego e pelas reformas de corte de verbas.

A equipe do primeiro-ministro, na residência oficial de Matignon, disse que Raffarin já havia se despedido dos funcionários mais próximos, e que eles estavam empacotando seus pertences.

A derrota complicou a tarefa de Chirac, que deve escolher um sucessor entre o ministro do Interior, Dominique de Villepin, o líder do partido UMP, Nicolas Sarkozy, ou algum outro candidato-surpresa. Chirac também conversou com Sarkozy na segunda-feira.

O arrojado Villepin, tratado muitas vezes como filho por Chirac, era considerado o grande favorito se o "sim" ganhasse ou fosse derrotado por uma margem estreita.

Mas o descontentamento dos eleitores ficou tão evidente e é tão disseminado que Chirac pode se ver obrigado a optar por Sarkozy, mais experiente, apesar das discordâncias entre os dois, afirmam analistas.

Villepin é um aristocrata ultraleal que, como ministro das Relações Exteriores, foi a encarnação da oposição francesa à guerra do Iraque.

Ele conversou por uma hora e meia com Chirac na sexta-feira, oficialmente para discutir o plebiscito de domingo, mas a reunião é vista como sinal de que ele seria nomeado premiê.

O Journal du Dimanche chegou a citar uma fonte dizendo que Villepin já tinha escrito seu discurso ao Parlamento e trabalhava na formação do gabinete.

Correm por fora a ministra da Defesa, Michele Alliot-Marie, o ministro do Trabalho, Jean-Louis Borloo, e o ministro da Saúde, Philippe Douste-Blazy, mas o líder do UMP (União por um Movimento Popular), de centro-direita, é visto como o principal rival de Villepin para o posto.

Uma pesquisa de opinião da CSA para o canal França 3 mostrou que Sarkozy, o político de direita mais famoso do país, é a escolha dos franceses.

Segundo a sondagem, 25 por cento dos eleitores preferem o Sakozy, ex-ministro do Interior e das Finanças. Alliot-Marie teve 13 por cento da preferência, e Villepin, 11 por cento.

O líder do UMP, que fez campanha pelo "sim", reagiu à derrota com um apelo entusiasmado por uma mudança de direção do governo, encarada como uma ofensiva para conquistar o cargo de Raffarin.

"Os 22 meses que nos separam das eleições presidenciais de 2007 devem ser utilizados para trabalhar em cima de uma nova esperança", disse. "Isso implica ... uma grande reviravolta em nossas políticas econômicas e sociais."

Ele mantém uma forte rivalidade pessoal com Chirac, porém, que pode ser um empecilho à nomeação. Sarkozy pretende substituir Chirac em 2007.





Fonte: Reuters

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