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Internacional
Segunda - 23 de Maio de 2005 às 19:55

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Os ministros da Defesa da União Européia (UE) concretizaram nesta segunda-feira suas ofertas de ajuda à União Africana (UA) em Darfur, Sudão, dando um passo adiante para a criação dos grupos de combate que constituem o núcleo da resposta rápida européia a situações de crise.

A Espanha decidiu doar dois aviões CASA-212 de transporte e enviar cinco observadores militares, em resposta ao pedido feito pela UA para apoio logístico da União Européia (UE), informou o ministro da Defesa espanhol, José Bono.

Seu colega luxemburguês, Luc Frieden - cujo país ocupa neste semestre a presidência da UE - informou, em entrevista coletiva, que Alemanha e França também colocarão à disposição transporte aéreo estratégico para a UA, que em agosto duplicará para 6.171 militares a sua atual missão em Darfur, região sudanesa devastada por uma guerra civil iniciada em 2003.

O Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Javier Solana, afirmou que "quando essas tropas estiverem prontas poderemos transportá-las ao teatro de operações".

A ajuda européia, que continuará dando sinais de cooperação nos próximos dias, permitirá que Solana participe, no próximo dia 26 de maio, em Adis-Abeba, da conferência internacional de doadores sobre Darfur com um pacote de assistência européia à UA, que "demonstrará que a defesa européia não é só um conceito", disse Frieden.

A UE coordenará a ajuda com a ONU e a Otan, que recebeu um pedido similar da União Africana e cujo secretário-geral, Jaap de Hoop Scheffer, almoçou hoje com os ministros da Defesa europeus.

"Não vamos entrar em um jogo de concorrência com a Otan", disse Frieden, ao ressaltar que os ministros da UE coincidem também em que "a UA continua sendo o motor" da operação em Darfur.

Segundo Bono, a "Espanha deixou bem claro que respondemos a uma solicitação que deve ser liderada pela União Africana".

O ministro falou com a imprensa após assinar com França e Alemanha um acordo para a criação de um grupo de combate conjunto no âmbito da Política Européia de Segurança e Defesa.

"Hoje assinamos uma declaração importante para que a eficácia dos grupos de combate possa ser mais do que uma expressão retórica de um desejo comum", disse Bono, ao reafirmar que "a resposta rápida (da UE) deve ser medida em termos de eficácia e não só de papel".

Os grupos de combate da UE, nacionais ou multinacionais, devem poder ser enviados em um prazo de dez dias, a uma distância máxima de 6.000 quilômetros, uma vez que a decisão de intervir em uma crise tenha sido adotada pelo Conselho da UE. Além disso, precisam ser auto-suficientes durante pelo menos quatro meses.

O objetivo da UE para este ano, é ter disponível pelo menos um destes grupos táticos prontos para envio. Em 2007 o bloco quer contar com 13 grupos.

Os ministros da Defesa da UE, que se reúnem uma vez a cada semestre em Bruxelas, adotaram hoje uma série de normas de conduta para os militares do bloco, com o objetivo de evitar desmandos e que incluem o respeito pela religião e pelas tradições locais.

"Os soldados da UE no mundo são nosso cartão de visita", explicou Frieden.





Fonte: EFE

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