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Nacional
Segunda - 23 de Maio de 2005 às 06:40

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega nesta segunda-feira a Seul, capital da Coréia da Sul, com a comitiva desfalcada em sete ministros considerados importantes na missão de atrair investimentos coreanos e japoneses.

José Dirceu, da Casa Civil, Paulo Bernardo, do Planejamento, Eduardo Campos, da pasta de Ciência e Tecnologia, e Walfrido Mares Guia, de Turismo, são alguns dos ministros que ficaram em Brasília para lutar contra a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que pretende investigar as denúncias de corrupção nos Correios.

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que está sob investigação do Senado, também cancelou sua participação na turnê asiática.

O grupo dos integrantes governistas pode se reunir ainda nesta segunda-feira para definir as estratégias de ação. As negociações são lideradas por José Dirceu, que já passou o fim de semana organizando o encontro, o qual deve contar também com a presença de líderes aliados, convocados a pressionar suas bancadas a desistirem da comissão. O titular da Coordenação Política, Aldo Rebelo, deve se encontrar com lideranças partidárias pela manhã.

A tarefa de reverter o quadro não será fácil, já que a oposição reuniu uma boa margem excedente de assinaturas a fim de concretizar o requerimento da CPI na próxima quarta-feira. Eles têm pelo menos 217 na Câmara, enquanto o mínimo exigido é de 171 endossos, e 49 no Senado (são necessários 27 pelo menos).

Nem mesmo a recomendação do Diretório Nacional do PT, feita neste fim de semana, para que os parlamentares da sigla retirem suas assinaturas do requerimento deve facilitar a vida do governo. Apesar da pressão da cúpula petista, no máximo 10 dos 19 deputados que apoiaram a investigação devem recuar. Somente na Câmara, o governo precisa conseguir a retirada de pelo menos 47 endossos. No Senado, a tarefa é considerada praticamente impossível, dada a ampla vantagem obtida pela oposição.

Paralelamente à tentativa de tentar impedir a CPI, esperando pelo pior o Planalto tenta ao menos conquistar cargos importantes em uma eventual comissão, como a presidência ou a relatoria. Os nomes devem ser indicados pelos líderes partidários na Câmara e no Senado.

A decisão de Lula de abrir mão de alguns dos seus assessores mais diretos e qualificados pode trazer prejuízos em sua viagem à Ásia. Alguns dos ausentes são considerados estratégicos na pauta econômica, que é formada sobretudo por conversas sobre comércio bilateral e palestras, a fim de sensibilizar governos e empresários locais no sentido de canalizar para o Brasil investimentos em áreas como infra-estrutura e tecnologia.

Além da Coréia do Sul, Lula visitará o Japão, e tem encontro marcado com o premiê Junichiro Koizumi na quinta-feira.




Fonte: Terra

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