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Internacional
Sábado - 21 de Maio de 2005 às 14:11

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Com uma trajetória que reúne suas origens como rica empresária, sua amizade com Bill Clinton e um famoso caso com um líder da oposição, a jovem deputada Belinda Stronach se transformou na juíza da política canadense.

O acontecido nas últimas 72 horas no mundo da política de Ottawa tem todos os elementos de uma tragédia grega, onde poder, ambição, dinheiro, política, sexo e traição juntam-se em uma incrível sucessão e todos com um elemento em comum: Belinda Stronach.

Até há pouco o nome de Stronach só estava ligado ao do poderoso empresário canadense de origem austríaca Frank Stronach, proprietário do império Magna, uma empresa de componentes para o setor de automoção diversificada em outras atividades como o jogo.

Frank Stronach, um dos homens mais influentes do Canadá, sempre gostou de estar cerdado de políticos. Nos últimos anos contratou destacados políticos canadenses, como o ex-ministro de Pesca Brian Tobin.

Sua penúltima aquisição foi o último embaixador dos Estados Unidos no Canadá, Paul Cellucci, ligado à família Bush, e que pouco após deixar seu posto em Ottawa foi contratado como executivo em uma das filiais de Magna.

A filha de Frank, Belinda, de 39 anos, também cortejou renomados políticos, o mais destacado o ex-presidente americano Bill Clinton, com quem é vista de vez em quando, fazendo a alegria dos tablóides americanos, que constantemente insinuam que sua relação vai além da amizade.

Mas foi há dois anos atrás que a ambiciosa Belinda decidiu pular a barreira e entrar para o círculo político.

Para isso contou com o apadrinhamento de outro peso pesado da política canadense, o ex-primeiro-ministro conservador Brian Mulroney, outro amigo da família Bush, neste caso do pai do atual presidente dos EUA.

Belinda Stronach não se limitou a ser a filha de seu papai.

Seu primeiro casamento foi com Donald Walker, um alto executivo da Magna International que posteriormente se transformou em diretor executivo da empresa de seu pai.

Cinco anos depois, Belinda se divorciou de Walker e se tornou vice-presidente da empresa.

Em 2001, Belinda substituiu seu ex-marido à frente de Magna.

Durante seus dois anos à frente da Magna International, a empresa fez mais dinheiro que nunca. Não em vão, a imprensa nacional a nomeou a mulher empresária mais influente do país em 2001 e a prestigiosa revista Fortune a colocou como a segunda empresária mais poderosa do mundo em 2002.

Em 2003 se divorciou de seu segundo marido, um atleta olímpico norueguês, e assumiu totalmente seu novo projeto: entrar no mundo da política.

Pouco depois, Belinda conseguiu o que ninguém alcançara durante anos no mundo político canadense: unir os dois partidos conservadores do país, a Aliança Canadense e o Partido Conservador, para formar uma frente comum contra o todo-poderoso Partido Liberal.

Stronach lutou para ficar com a liderança do novo Partido Progressivo Conservador (CPC) mas sua falta de experiência política a deixou em segundo lugar, atrás do atual líder, Stephen Harper.

Ela não conseguiu a liderança, mas começou um romance com o "número dois" do CPC, Peter MacKay, e conseguiu uma cadeira como deputada conservadora nas eleições de 2004 pela circunscrição de Ontário, onde a Magna tem sua sede central.

Essa relação terminou na terça-feira, quando Belinda Stronach comunicou a MacKay que estava passando para os liberais e entrava no Governo após uma conversa com o primeiro-ministro, Paul Martin.

O momento não podia ser mais oportuno para Martin, que enfrentou na quinta-feira uma moção de censura que finalmente ganhou por apenas um voto, o da nova deputada liberal e ministra de Recursos Humanos, Belinda Stronach.

Ainda atônito com a deserção, Harper resumiu o movimento de sua ex-colega com a frase: "está decisão não implica um princípio elevado, só ambição".





Fonte: EFE

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