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Nacional
Sábado - 21 de Maio de 2005 às 01:45
Por: Clarissa Thomé

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Rio de Janeiro - O secretário de Estado de Finanças, José Henrique Bellucio, foi intimado pela Justiça a depositar até 3 de junho R$ 200 mil na conta corrente da estudante Camila Magalhães Lima, de 19 anos, que ficou tetraplégica ao ser atingida por bala perdida sete anos atrás. O Estado foi condenado a pagar as despesas médicas da jovem em dezembro passado, mas não fez o depósito até hoje. A juíza Gisela Guida de Faria, da 4.ª Vara de Fazenda Pública, ameaçou a adoção "de medidas legais cabíveis", caso o Estado descumpra a ordem judicial. O advogado de Camila, João Tancredo, havia pedido a prisão do secretário.

Camila passava pelo Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, quando seguranças particulares dos lojistas reagiram a um assalto a uma joalheria e trocaram tiros com os criminosos. A estudante, então com 12 anos, foi atingida na 7.ª vértebra cervical e perdeu o movimento dos braços e das pernas.

Em 2000, a família tomou conhecimento do método desenvolvido pelo médico alemão Lothar Teuber. A técnica criada por ele ativa a passagem do liquor (líquido interno) na medula, ampliando a sensibilidade. Campanhas para arrecadar doações permitiram que Camila estivesse quatro vezes na Alemanha. A jovem já movimenta os braços, tem controle sobre o tronco e arrisca alguns passos com aparelhos nas pernas. Mas interrompeu o tratamento.

Sentença da 4.ª Vara de Fazenda Pública, confirmada em segunda instância, determinou que o Estado arcasse com os custos do tratamento. "Fico estarrecido porque o Estado vem descumprindo decisões judiciais sem receber nenhuma punição. Estão esperando que o tempo passe, as lesões de Camila se agravem. É uma perversidade desse governo", disse Tancredo, que pedirá a prisão da governadora Rosinha Matheus, caso o depósito não seja feito.

Ana Lúcia Magalhães Lima, mãe de Camila, disse que as duas vinham se organizando para viajar em junho, acreditando que o dinheiro seria depositado. "É um abalo emocional grande. Tínhamos a expectativa de dar continuidade ao tratamento. Estamos muito decepcionadas com o governo", disse Ana Lúcia, que em fevereiro havia feito um apelo a Rosinha, para que agisse "como mãe" e liberasse o dinheiro.

O Estado procurou a Secretaria de Finanças e a Assessoria de Imprensa do Palácio Guanabara, mas não obteve resposta.




Fonte: Agência Estado

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