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Nacional
Quinta - 19 de Maio de 2005 às 19:50
Por: Keite Camacho

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Brasília - Um sinal do comprometimento das empresas com a erradicação do trabalho escravo foi o lançamento, nesta terça-feira, de um pacto entre empresários, sociedade civil e governo. A mobilização da sociedade para evidenciar qual a cadeia produtiva se torna mais uma ferramenta na luta pela erradicação do trabalho escravo no país. O pacto conta com 60 assinaturas, entre elas de empresas como a Petrobras, Carrefour e Pão de Açúcar.

"Acredito que esse pacto significa o comprometimento de muitas empresas com a erradicação do trabalho escravo através do mapeamento da cadeia produtiva. A empresa que está na ponta não se omite daquela que produz o insumo, pois isso pode significar fomentar, por meio do dinheiro, o trabalho escravo", afirmou o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini.

De acordo com Berzoini, as empresas e fazendas que constam da "lista suja" do ministério, por estarem envolvidas diretamente com trabalho escravo, "provavelmente não vão querer aderir ao pacto". "São reprimidas. O Estado trabalha no sentido de puni-las, por cometerem um crime. O que é fundamental para nós é que as empresas que estão na ponta, são do comércio, da indústria, que muitas vezes consomem o produto sem saber exatamente como é o processo produtivo da sua confecção, possam assumir o compromisso de mapear a cadeia produtiva, verificar se na ponta há eventualmente a exploração de um trabalho escravo", disse.

De acordo com Patrícia Audi, coordenadora do projeto de combate ao trabalho escravo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), dados oficiais do governo reconhecem que 25 mil pessoas estão em condições de trabalho escravo no Brasil. "Não é vergonha reconhecer que o problema existe; seria vergonha não fazer nada para combatê-lo. O Brasil tomou a posição de vanguarda, não só reconhecendo, como procurando tratar das questões não só de repressão, como a campanha da lista suja. Estas iniciativas mostram que o estado e sociedade estão preocupados com a questão", considerou.

Dados da OIT apontam que 1,3 milhão de pessoas estão em condições de trabalho escravo na América Latina e no Caribe. "Isso existe em todo o mundo, onde estima-se que haja 12,3 milhões nestas condições", afirmou Patrícia.




Fonte: Agência Brasil

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