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Internacional
Quinta - 19 de Maio de 2005 às 09:45

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O Pentágono encontrou uma solução inusitada de tratamento para veteranos de guerra que sofrem do chamado stress pós-traumático: o uso de videogames. Elaborados pela Virtually Better, uma empresa que cria ambientes de realidade virtual para o tratamento de distúrbios psicológicos, o game reproduzem as ruas de Falluja, no Iraque, palco de alguns dos mais violentos confrontos entre tropas americanas e rebeldes iraquianos.

"Estamos apenas oferecendo uma experiência que permite a terapeutas trabalhar com o paciente e entender melhor o que eles viveram, e assim ajudá-los a processar melhor essas informações", explicou à BBC Ken Grapp, diretor-executivo da Virtually Better.

Um estudo publicado no ano passado no New England Journal of Medicine estima que 18% dos soldados americanos que voltaram recentemente do Iraque sofriam do problema.

"Arruinado suicida" Os especialistas acreditam que o mal sempre existiu, mas só ganhou a mídia depois da Guerra do Golfo, nos anos 90. No entanto, segundo o correspondente da BBC em Washington, Matt Frei, a natureza do atual conflito no Iraque, com emboscadas realizadas por insurgentes armados ou explosões em estradas e cidades, está contribuindo para o trauma.

O tenente Julian Goodrum, veterano da Guerra do Golfo e do recente conflito no Iraque, é uma das vítimas da doença. Ele contou à BBC que, da primeira vez, ele voltou para casa como um herói. Mas da segunda, sentia-se um "arruinado suicida".

"Meus pesadelos são tão intensos que, certa noite, acordei com as minhas mãos em torno do pescoço da minha noiva", afirmou. "Estou me tornando muito violento durante o sono, então agora só durmo no sofá." "O cheiro de óleo diesel me faz lembrar do Iraque", disse. "Quando estou no meio de uma multidão, fico olhando para as mãos de todo mundo."

Entretanto, apesar de o Pentágono dizer que está levando a sério a questão do distúrbio, muitos veteranos discordam. "Para a maioria das pessoas, principalmente militares, é mais fácil aceitar e entender um ferimento físico que psicológico", afirma Goodrum.





Fonte: BBC Brasil

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