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Internacional
Quarta - 18 de Maio de 2005 às 18:55
Por: Nidal al-Mughrabi

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O ministro palestino Nabil Shaath pediu na quarta-feira a suspensão de um pregador muçulmano que comparou os judeus "a um vírus parecido com o da Aids" e questionou o Holocausto, em um sermão transmitido ao vivo pela TV palestina. Shaath disse à Reuters que pediu ao Ministério de Assuntos Religiosos, que dá emprego ao pregador, "que o suspenda, o investigue e o impeça de fazer novos sermões nas sextas-feiras".

Foi uma das medidas mais duras do governo do presidente Mahmoud Abbas contra a incitação. Israel acusa a Autoridade Palestina de não se empenhar para criar as condições para a retomada do processo de paz.

Em seu sermão de sexta-feira em uma mesquita da Faixa de Gaza, o clérigo Ibrahim Mdaires negou que 6 milhões de judeus tenham sido mortos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial. O sermão foi ao ar, ao vivo, pela TV pública palestina.

"Toda a nação islâmica foi perdida, porque Israel é um câncer que se espalha pelo organismo da nação humana, e porque os judeus são um vírus parecido com o da Aids, com o qual todo o mundo sofre", disse Mdaires.

A chancelaria israelense afirmou que o sermão viola o compromisso palestino de conter a incitação contra os judeus e que o tema será discutido na próxima reunião com funcionários palestinos.

"A Autoridade Palestina não pode dizer que está virando a página e ao mesmo tempo tolerar declarações públicas como estas, que são antiéticas para qualquer um que acredite na reconciliação pacífica", observou o porta-voz israelense Mark Regev.

Shaath, que é responsável pela TV palestina, disse que tomará medidas para que sermões desse tipo não voltem a ser transmitidos. "Condenamos a agressão ao judaísmo como religião. Como muçulmanos, rejeitamos tais comentários", declarou ele, que também é vice-primeiro-ministro.

Mdaires também acusou os judeus de terem causado a Segunda Guerra Mundial, "ao provocarem o nazismo a travar uma guerra contra todo o mundo". Disse ainda que os judeus exageram o número de vítimas do Holocausto.

"O que foi feito com os judeus foi um crime, mas não é crime o que os judeus estão fazendo hoje na terra dos palestinos?", questionou o pregador.





Fonte: Reuters

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