Dirceu descarta mudança brusca na política econômica

O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, descartou na noite desta sexta-feira a realização de mudanças bruscas na economia, "porque é preciso pensar em uma política econômica a longo prazo". E acrescentou: "Você não pode simplesmente reduzir o juro e o superávit primário se você não tem como compactuar isso com os credores".

No seminário em comemoração aos 25 anos do Partido dos Trabalhadores, Dirceu afirmou que devido à dívida interna o governo perdeu a capacidade de investir em política públicas. E que esses investimentos agora estão sendo feitos pelo setor privado. "Para o governo promover mudanças na política monetária e fiscal, é preciso dar condições para isso. O que nós fizemos nesses 30 meses praticamente foi criar as condições de diminuir a pressão da dívida interna sobre o país, o risco Brasil, e criar soluções para o país crescer e se desenvolver", disse.

Sobre a reforma política, o ministro comentou que "como instrumento de organização de alianças, a verticalização é correta, mas acaba inviabilizando apoios ao partido em 2006". Na opinião de José Dirceu, "é difícil manter essa verticalização, porque ela ficou artificial, mas ter verticalização e não ter reforma política eu acho impraticável."