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Cidades/Geral
Sábado - 14 de Maio de 2005 às 15:40
Por: Rodrigo Morais

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Rio de Janeiro - Quinze minutos de pânico. Assim Fátima Giordano definiu a violenta tentativa de assalto de que ela e a irmã, Flora Gil, mulher do ministro da Cultura, Gilberto Gil, foram vítimas na noite de sexta-feira, em Botafogo, na zona sul do Rio. Hoje pela manhã, a sensação do pânico não havia desaparecido. "Ainda estou muito abalada. Tem horas que a cena toda vem a minha cabeça e a sensação volta. Não sei como vai ser quando eu sair na rua de novo", disse Fátima. O caso está sendo investigado pela 10ª DP , a partir dos depoimentos das vítimas e pessoas que presenciaram o crime.

No momento do crime, Fátima estava ao volante do carro. Ela e a irmã foram abordadas quando já estavam dentro da picape Volvo, blindada, na esquina das ruas Visconde de Caravelas e Capitão Salomão, e se preparavam para deixar o local. "Minha porta ainda estava aberta e vimos um rapaz se aproximando com a mão embaixo da camisa. A Flora disse para eu ter cuidado porque podia ser um assalto. Quando eu tentei fechar a porta, ele tentou impedir", relatou.

Ela disse que no momento não percebeu, mas, ao fechar a porta, prendeu três dedos do ladrão. Fátima deu ré no carro, arrastando o criminoso. Imaginando que ele estivesse apenas agarrado ao carro, ela dirigiu alternadamente para a frente e para trás, com movimentos bruscos, tentando fazer com que ele se soltasse. Ao mesmo tempo, acionou a sirene da picape e, pelo alto-falante que faz parte dos equipamentos de segurança, pedia ajuda às pessoas que se aglomeravam na rua.

A chefe de investigação da Polinter, Marina Magessi, contou que o ladrão descarregou toda a munição do revólver calibre 38, atirando contra o vidro, em direção à cabeça de Fátima, enquanto estava com a outra mão presa no vidro. "Se não fosse o carro blindado, eu estaria morta agora. Fico completamente descontrolada quando lembro dos tiros em direção à minha cabeça", contou Fátima, ainda na noite de sexta-feira, logo depois do assalto.

Logo um motoqueiro se aproximou. Fátima disse ter pensado que ele as ajudaria. "Achei que ele ia segurar o outro para eu abrir a porta e soltá-lo. Mas ele puxou uma arma e começou a dar tiros."O motoqueiro só foi embora graças à intervenção do comparsa. "Ele disse pro outro: Vai embora que ela vai me soltar." Um terceiro homem se aproximou do carro e deu uma gravata no ladrão que estava com a mão presa. Neste momento, Fátima abriu a porta do carro, livrando-se do agressor. Ela e irmã foram, então, para a 10.ª Delegacia Policial (Botafogo), onde prestaram depoimento. Elas escaparam fisicamente ilesas.

Violência

A chefe de investigação da Polinter analisa que o assalto foi atípico. O criminoso que estava com o dedo preso tentava se livrar do problema, quando desferiu a sucessão de tiros. O que mais surpreendeu à policial, que foi acionada por telefone, foi a reação do comparsa na motocicleta, que no lugar de fugir por causa do fracasso, perseguiu o carro atirando. "Foi uma grande violência", comentou a policial.

Fátima contou também que na hora do crime a irmã falava com o ministro Gilberto Gil. "Ela desligou dizendo que estava sendo assaltada." Afirmou ainda que, passado o susto, Flora estava mais calma do que ela. "Foi a pior situação que já passei na minha vida. Ela não acredita que o crime tenha sido uma tentativa de seqüestro, mas um assalto comum. Mesmo assim, afirmou que sua rotina agora será completamente alterada.





Fonte: Agência Estado

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