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Sexta - 14 de Dezembro de 2012 às 14:35
Por: Lucas Bólico e Renê Dióz

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Foto: José Medeiros/ Olhar Direto

Produtor Sebastião Prado

Produtor Sebastião Prado



Uma reunião ampliada entre membros da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), sindicatos de produtores rurais de todo o Estado e os moradores de Suiá Missú teve de ser abortada às pressas sob risco de prisão de todos os membros envolvidos.

A informação é do produtor Sebastião Prado, segundo o qual pelo menos 80 líderes sindicais e de associações deixaram de seguir para a região do distrito de Estrela do Araguaia (Posto da Mata), onde haveria um ato contra a desintrusão da área nesta sexta-feira (14), devido ao risco de serem detidos pela Polícia Federal ou interceptados pela Polícia Rodoviária Federal nas rodovias que cortam a área.

O pedido de cancelamento da reunião partiu, de acordo com Sebastião, do Ministério Público Federal. “O Ministério Público está prevaricando. Obrigação do Ministério Público é o quê? Ele não é fiscal da lei?”, revolta-se o produtor.
Segundo ele, os líderes chegaram a ser ameaçados de indiciamento por tentativa de impedir cumprimento de sentença judicial. “Isso é uma ditadura civil, ué!”, indigna-se.

O reforço político dos sindicatos e associações era aguardado como forma de intensificar a pressão em Brasília contra a continuidade do cumprimento de despejo, especialmente após declaração da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman, de que – pelo menos por parte do governo federal – não há chance de se reverter a desintrusão.

Agora, a única forma de se conseguir a suspensão do despejo judicial é por meio do Poder Judiciário, mais especificamente junto ao ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem perspectivas, na última segunda-feira (10) moradores entraram em confronto com as forças policiais de desintrusão no momento em que a primeira fazenda passava pelo cumprimento de despejo. Os dias seguintes foram marcados por uma verdadeira caçada por parte dos moradores ao comboio policial.


José Medeiros/ Olhar Direto



Nota emitida pela Famato na última quinta-feira esclarece que a instituição, em nenhum momento, estimulou o descumprimento ou impedimento à execução da ordem judicial de despejo por parte das forças policiais responsáveis por dar suporte aos oficiais de Justiça na região. A federação, no entanto, manifesta que lamenta toda a situação na gleba.

Os 165 mil hectares de Suiá Missú foram demarcados como terra indígena em 1998, apesar da existência de famílias e produtores rurais na área – hoje, são estimados em pelo menos 5 mil pelos locais (IBGE e Incra apontam 2,5 mil). Após longo processo judicial, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal (MPF) conseguiram que a Justiça Federal decretasse a retirada de todos os não-índios da área.






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