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Nacional
Quarta - 11 de Maio de 2005 às 10:10
Por: Marina Guimarães

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Buenos Aires - Os jornais argentinos publicam hoje diferentes interpretações sobre os resultados do encontro entre os presidentes Néstor Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva. O Clarín, por exemplo, afirma que "as diferenças com o Brasil não se superaram", embora os dois governos digam que a relação vai bem. Clarín diz que o presidente argentino admitiu que "há uma discussão de interesses" entre ambos, e "Kirchner voltou sem respostas".

Já o Página 12 afirma que Kirchner "considerou satisfatória a reunião com Lula" e reproduziu a seguinte frase: "Argentina não discute lideranças nem hegemonias". O Página diz que a reunião entre ambos presidentes terminou com "enfrentamento político zero e com a redução do conflito aos interesses concretos que enfrentam setores industriais dos dois países".



A manchete do La Nación também reflete harmonia entre os países: "Kirchner e Lula, outra vez em sintonia". La Nación destaca que Kirchner disse aos jornalistas argentinos que seria irresponsável de sua parte, brigar por lideranças. "Tenho que me dedicar à reconstrução do país. Não vou disputar lideranças". O jornal ressalta que a "volta antecipada" de Kirchner foi para "escapar do protocolo".

Já a cobertura do Ámbito Financiero foi a mais negativa sobre o encontro de Kirchner e Lula. Em duas páginas, o jornal publicou várias reportagens dando um enfoque de fracasso das discussões. "A cúpula sul-americana com países árabes fechou ontem, em Brasília, sem benefícios a ninguém: nem a Néstor Kirchner, nem ao seu ministro de Economia, nem aos dirigentes industriais". O Ámbito afirma que "o presidente teve de lidar com uma agenda predestinada ao fracasso em seu encontro com Lula; Roberto Lavagna pediu cotas (salvaguardas com outro nome) e Luiz Furlan disse que aplicar essa classe de medidas era equivalente à morte do Mercosul".

Para completar, o Ámbito destacou que "A UIA recebeu desde bronca (também de Furlan) a demonstrações de solidariedade, mas nada que resolva as assimetrias entre ambas economias". Segundo o jornal, pela derrota antecipada, que surgia com a agenda armada pelo chanceler Rafael Bielsa, Kirchner se limitou a reunir-se com Chávez e Lula juntos, e suspendeu o encontro à sós com seu par brasileiro. "Além disso, pediram a Lavagna que apurasse a tramitação da compra de Loma Negra. De acordo com o Ámbito, foi "complicado", o resultado da reunião Brasil-Argentina.

Também com uma visão mais crítica sobre o assunto, o econômico El Cronista destaca que "o governo insiste e pede ao Brasil para reformular o Mercosul". A decisão do presidente Néstor Kirchner de regressar a Buenos Aires antes do previsto, "mostraria que não há avanços na intenção de impor salvaguardas ao Brasil para proteger a indústria. Em três páginas, El Cronista afirma que "a tensão entre os principais sócios do Mercosul está longe do fim". O jornal também diz que "a delegação empresarial pediu um tempo ao Brasil para recuperar-se".

"Chávez arruinou a cúpula com árabes"

O Infobae preferiu abordar outro aspecto da cúpula de Brasília: "Chávez arruinou a cúpula com árabes. O presidente da Venezuela aproveitou a reunião com países árabes para lançar críticas aos Estados Unidos e provocou a irritação do anfitrião Lula."





Fonte: Agência Estado

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