Governador tenta superar divergências com a cúpula do PPS

Blairo Maggi, que defende a reeleição do presidente Lula, vive rota de colisão com o presidente do PPS, deputado Roberto Freire (PE), pré-candidato do partido à Presidência da República. Chegou a abrir diálogo com PMDB e PSB para eventual filiação. Freire se opõe ao governo petista e determinou que todos os filiados devem seguir posição do partido.

Com a tendência de derrubada da verticalização, o governador se vê livre para construir amplo arco de alianças na corrida pela reeleição, independente da orientação da cúpula nacional. Deseja apoiar Lula para, em moeda de troca, ter o PT no palanque.

Em 2002, Maggi se elegeu governador no primeiro turno, com 618.582 votos (50,66% dos válidos). Teve apoio de apenas três grandes partidos (PPS, PFL e PP) e de oito "nanicos (PSC, PAN, PSDC, PRTB, PSD, PV, PRP, PT do B). Agora, não só tenta reeditar a aliança, mas ampliá-la com cooptação do PDT e até do PTB.

As negociações, porém, não avançam com PFL e PP, que resolveram, estrategicamente, endurecer o jogo para conquistar espaço. O PFL de Jaime Campos tem posição dúbia. Ao mesmo tempo que se declara aliado do governo, defende projeto próprio. Conduzido pelo deputado Pedro Henry, o PP, que adquiriu robustez com o ingresso, de uma só vez, de mais 11 prefeitos e de quatro deputados estaduais, entre eles José Riva, também ensaia ruptura.

Com a popularidade em alta, Blairo Maggi é considerado imbatível hoje, principalmente diante de uma oposição desgastada e desarticulada. O PSDB do ex-governador Dante de Oliveira ensaia candidatura própria. Lança como opções o ex-governador Rogério Salles e o prefeito de Sinop, Nilson Leitão. O PT, derrotado ao Paiaguás com Alexandre Cesar, se tornou aliado de Maggi. Enquanto a corrente majoritária defende continuidade da aliança, Serys quer projeto próprio. (RD)