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Politica Brasil
Segunda - 09 de Maio de 2005 às 18:14

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Investigadores em Roma reabriram o inquérito sobre o assassinato do diretor de cinema italiano Pier Paolo Pasolini, ocorrido em 1975, segundo informações da imprensa local.

A retomada das investigações foi feita depois que Pino Pelosi, preso há nove anos pelo assassinato de Pasolini, declarou ao canal de televisão RAI que ele não matou o diretor, mas sim que três outros homens jovens "com sotaque do sul" o fizeram.

De acordo com a nova versão de Pelosi, no dia 2 de novembro de 1975, três homens bateram em Pasolini até a morte, em uma praia no subúrbio de Roma. Eles gritavam "comunista sujo".

Muitas pessoas na Itália questionam as circunstâncias da morte de Pasolini.

Outra versão

Pasolini era um grande intelectual marxista o que, na época, fez com que muitos pensassem que se tratava de um assassinato político, em vez de um crime do submundo do homossexualismo, versão endossada por inquéritos subseqüentes.

Mas Sergio Citti, diretor de cinema que trabalhou com Pasolini, deu mais uma versão aos eventos em uma entrevista ao jornal La Repubblica. Segundo ele, cinco homens mataram Pasolini há 30 anos.

"Pino Pelosi era apenas um menino. Ele agiu como uma isca para aqueles cinco. Eles apenas o usaram, eles precisavam de alguém para culpar pelo crime", disse Citti.

"Pelosi teve que entrar no jogo dessas pessoas, as 'respeitáveis' pessoas que encomendaram o assassinato."

O diretor afirmou que tem uma fonte que sabe a verdade sobre o crime. Ele disse que Pasolini foi morto em outro local e que seu corpo foi jogado em uma praia perto de Roma, onde foi encontrado.

"Sua morte foi conveniente para muitos, para todos aqueles que temiam sua mente e seu livre espírito."

Neofascistas

A década de 70 foi um período de violência na Itália, com grupos de oposição neofascistas e guerrilhas comunistas cometendo muitos assassinatos e outras atrocidades em nome da ideologia.

Acredita-se que Pasolini tenha recebido ameaças de morte de neofascistas em função de seu último filme Saló ou os 120 Dias de Sodoma, sobre o último reduto do regime fascista italiano, a República de Saló, no final da Segunda Guerra Mundial.

As novas alegações também chamaram a atenção do mundo político. O prefeito de Roma, Walter Veltroni, da esquerda, disse ao La Repubblica que "as declarações de Pelosi reacendem dúvidas e questões que amigos dos poetas, muitos intelectuais e uma boa parte da opinião pública têm sobre o que realmente aconteceu naquela noite."

Pasolini era conhecido internacionalmente por seus filmes, mas, além do cinema, ele também era poeta, romancista, jornalista e dramaturgo.

Entre seus filmes mais famosos estão Desajuste Social, Evangelho Segundo Mateus, Édipo Rei e Teorema.





Fonte: BBC Brasil

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