Brasil ocupa segundo lugar no ranking sobre mortes por armas de fogo
Segundo o ranking da Unesco, o Brasil perde apenas para a Venezuela na quantidade de óbitos por armas de fogo. Em 2002, foram 21 mortes por armas em cada cem mil homicídios no Brasil. Já na Venezuela, esse número chega a 34 mortes. Em contrapartida, no Japão - último colocado do ranking - menos de uma pessoa morreu no mesmo período em consequência de armas de fogo.
O Brasil perde para países como Israel, que historicamente mantém conflitos com o povo palestino na disputa por territórios no Oriente Médio. Israel ficou em 6º lugar no ranking, atrás de países como os Estados Unidos, Argentina, México, França e Croácia. Ao contrário do Brasil, em Israel é permitida apenas a posse de armas de fogo, mas sua comercialização é proibida.
Para o representante da Unesco no Brasil, Jorge Werthein, o ranking mostra a necessidade de mudanças no comércio de armas de fogo no país. "Lamentavelmente o Brasil ocupa o 2º lugar. Isso mostra a preocupação necessária com a alta taxa de mortes por arma de fogo no Brasil. É muito, em comparação com os 57 países", ressaltou.
O representante da Unesco apresentou o ranking ao presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), e fez um apelo para a aprovação do decreto legislativo que determina a realização de referendo sobre a comercialização de armas de fogo em outubro deste ano.
O pedido da Unesco sensibilizou o presidente da Câmara. "Nós precisamos fazer tudo pra savalguardar a sociedade, e a sociedade não pode ficar sendo punida por falta de ação dos legisladores e da própria segurança do país. O referendo vai, e quem vai decidir é o povo. Tem que acabar a obstrução, senão eu não vou poder colocar em votação", disse Cavalcanti após encontro com Jorge Werthein.
Os 57 países foram selecionados pela Uneco para o ranking por terem sido os únicos, entre os mais de 190 integrantes da Organização Mundial de Saúde (OMS), a enviar com frequência anual dados sobre homicídios e mortes. O ranking exclui os países africanos, e grande parte dos países da asiáticos e do Oriente Médio, como o Iraque. "O último dado enviado pelo Iraque à OMS foi em 1994, e isso nos impediu a comparação", disse Jorge Werthein.
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