Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 05 de Maio de 2005 às 12:33

    Imprimir


Londres ressurgiu das cinzas após os bombardeios da Luftwaffe alemã na Segunda Guerra Mundial, que caíram de forma implacável durante oito meses no início da década dos 40, mas nunca destruíram o moral dos britânicos.

O fim dessa disputa foi comemorado pelos londrinos na Praça Trafalgar, onde milhares de pessoas se reuniram em 8 de maio de 1945 para dizer adeus a uma guerra que deixou apenas nesta cidade 20 mil mortos civis e destruiu mais de três milhões de casas.

Na estátua de Nelson se reunirão neste domingo as pessoas que quiserem lembrar "uma geração que se sacrificou tanto para preservar nossa liberdade", segundo o prefeito, Ken Livingstone.

Se há algo do que ainda hoje estão orgulhosos os londrinos, é da coragem e firmeza que demonstraram quando cada noite, de 7 de setembro de 1940 a 10 de maio de 1941, os caças nazistas deixaram cair milhares de toneladas de bombas sobre a cidade.

Isso ocorreu de forma consecutiva durante as 57 primeiras noites da "Blitz", a campanha da aviação alemã que tentava conseguir "a rendição de Grã-Bretanha mediante o bombardeio de alvos civis e econômicos".

Mas, embora muitos edifícios tenham sido destruídos, o Reino Unido resistiu quando outros países europeus se renderam aos nazistas.

Os londrinos dormiam em estações de metrô e outros improvisados refúgios subterrâneos para sair na manhã seguinte para trabalhar, como se fosse um dia qualquer. "Nunca nos renderemos", afirmou em 1940 o então primeiro-ministro, Winston Churchill.

Os bombardeios causaram estragos sobretudo na City, a área mais antiga de Londres, e no East End, zona leste da cidade, além do atual complexo Barbican, totalmente reconstruído no fim dos anos 50.

Os ataques provocaram destruições em construções históricas, como a catedral de Saint Paul, o edifício do Parlamento às margens do Tâmisa e o Palácio de Buckingham.

O rei George VI e sua mulher Elizabeth (depois a adorada Rainha-Mãe) encarnaram como ninguém a resistência dos ingleses durante os meses de constantes bombardeios.

Quando, em plena guerra, foram aconselhados a se refugiar no Canadá, a rainha respondeu: "As princesas (Elizabeth, atual rainha, e Margareth) não sairão daqui sem mim; eu não poderia ir sem o rei e, certamente, o rei não irá nunca." O leste de Londres foi a área mais devastada pela campanha da aviação inimiga e ali os restos da "Blitz" continuam sendo evidentes.

Ao lado de casas antigas há espaços vazios e arranha-céus, construídos em décadas posteriores como símbolo do ressurgimento britânico após a disputa.

Um desses ícones é a torre Canary Wharf, que, com seus 244 metros de altura e 52 andares, é o edifício comercial mais alto do país e simboliza o renascimento financeiro do Reino Unido, atual quarta economia do mundo.

A zona dos Docklands (diques), gravemente danificados durante a Segunda Guerra Mundial e abandonados durante décadas, foi recuperada em um projeto a longo prazo com certo toque futurista que agora abriga sedes de algumas das empresas mais importantes do mundo.

Sessenta anos depois do armistício que pôs fim à guerra, a capital britânica é hoje uma cidade cosmopolita e multiétnica de mais de sete milhões de moradores.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/341356/visualizar/