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Internacional
Quarta - 04 de Maio de 2005 às 22:50

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Faure Gnassingbé tomou posse hoje como novo presidente do Togo na Corte Constitucional, que ontem declarou sua vitória no pleito de 24 de abril, embora a oposição sob protestos e pedidos de anulação das eleições por parte da oposição. "Frente a Deus e ao povo togolês, os únicos juizes da soberania popular, juro solenemente respeitar e defender a Constituição que os togoleses elegeram livremente", disse Gnassingbé ao tomar posse do cargo em Lomé, capital do país.

Lomé foi até o fim de semana passado o palco principal dos enfrentamentos entre as forças de segurança e militantes da oposição, que foram às ruas armados com facões e porretes quando em 26 de abril a Comissão Eleitoral togolesa divulgou os resultados provisórios que indicavam Gnassingbé como vencedor.

Os enfrentamentos causaram, segundo a oposição, mais de uma centena de mortos, além de centenas de feridos e forçaram ao exílio aproximadamente 17.000 pessoas, que se refugiaram nos vizinhos territórios de Benin e Gana.

Gnassingbé, de 39 anos, enfrentou outros três candidatos à presidência, embora seu principal rival tenha sido Emmanuel Akitani Bob, que se apresentou apoiado por uma coalizão de seis partidos políticos da oposição radical e conseguiu 38,25% dos votos contra o 60,5% do vencedor, de acordo com os resultados oficiais.

"Ganhou o candidato da reconciliação, da unidade nacional e da paz", comentou na terça-feira Komi Klassou, diretor de campanha de Faure, após a divulgação dos resultados oficiais.

"O presidente estende a mão a todos os togoleses, inclusive os que perderam as eleições", acrescentou Klassou, que convidou os líderes da oposição radical a se unir a Gnassingbé para formar um governo de União Nacional.

"Faure Gnassingbé não praticará uma política sectária", afirmou Klassou, ao insistir na vontade do flamejante governante de "unir todos os setores da sociedade togolesa na tarefa de reconstruir o país".

A oferta foi rejeitada por Akitani Bob, que reagiu ao anúncio dos resultados finais dizendo que "está fora de qualquer questão a idéia de integrar um governo de unidade nacional", e qualificou todo o processo eleitoral de "uma provocação".

"A comunidade internacional não pode considerar esses resultados conseguidos mediante uma fraude maciça", disse Akitani, que na quarta-feira passada proclamou-se presidente do Togo após afirmar que a apuração de seu partido o dava como vencedor das eleições com 70% dos votos.

A oposição radical pediu para que seus seguidores "resistam até com sua vida", mas estes, aparentemente, se resignaram com o resultado do pleito e não voltaram a se manifestar violentamente.

Os enfrentamentos entre os simpatizantes de Gnassingbé e os de Akitani Bob e a violenta repressão policial causaram 30 mortos, segundo o balanço oficial, e mais de 100 segundo a oposição, enquanto fontes independentes calculam as vítimas mortais em 40.

O novo governante é filho de Gnassingbé Eyadéma, o presidente togolês cuja morte em passado 5 de fevereiro, após 38 anos de poder absolutista, e a imposição do primeiro por parte do exército à frente do Executivo, conduziu à crise em que o Togo está imerso.

Após permanecer 21 dias à frente do governo, Gnassingbé cedeu às pressões da comunidade internacional e renunciou, embora tenha anunciado de imediato sua candidatura às eleições que devolveram o poder a ele.





Fonte: EFE

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