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Nacional
Quarta - 04 de Maio de 2005 às 22:40

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O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, defendeu hoje a aprovação do projeto de lei que acaba com a exigência de visto prévio para turistas americanos. De acordo com o ministro, o Brasil pode lucrar mais de US$ 2 bilhões por ano com a medida. "Se não houvesse tanta burocracia para dar o visto, nós teríamos tudo para receber mais de um milhão de turistas americanos. E isso geraria lucro para o país, já que o americano é o turista que mais gasta por dia. E gasta muito", afirmou o ministro, que participou de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara.

No ano passado, mais de quatro milhões de turistas visitaram o Brasil. Destes, cerca de 700 mil eram americanos. Para Walfrido, a exigência do visto tem desestimulado a procura pelo país. "De cada sete americanos, apenas um vem ao Brasil. Nós não vemos famílias passeando pelo Nordeste, e, isso acontece porque a maioria dos vôos das empresas americanas vai para São Paulo. O que existe hoje é um turismo de negócio e eventos. Com o fim do visto, podemos ampliar isso."

Para o representante do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Rui Mesquita, a exigência do visto não representa um problema para o ingresso dos norte-americanos no Brasil. "O Itamaraty entende que o visto não é problema para atrair turistas americanos ao Brasil. A infra-estrutura e a carência de vôos são justificativas mais fortes. Vários países europeus que não têm exigência de visto tiveram menos turistas americanos nos últimos quatro do que nós".

No ano passado, o governo brasileiro propôs um acordo de dispensa de vistos ao governo americano. O pedido era uma tentativa de amenizar o mal-estar entre os dois países causado pela decisão da Justiça brasileira de também obrigar a identificação de todo turista americano que venha ao país. Baseado no princípio da reciprocidade, o juiz federal Julier Sebastião da Silva, de Mato Grosso, estabeleceu que o turista deve ser fotografado e ter as impressões digitais recolhidas, já que todos os cidadãos brasileiros que viajam para os Estados Unidos são submetidos a um sistema semelhante de identificação.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, Eraldo Alves da Cruz, defendeu, no entanto, que o princípio da reciprocidade não precisa ser aplicado aos EUA. "Todos os outros países do Mercosul, por exemplo, não exigem vistos dos turistas americanos, mas quando vão para os Estados Unidos têm que ter o visto."

Ao mesmo tempo em que isenta turistas americanos do visto, o projeto do deputado Carlos Eduardo Cadoca (PMDB/PE), mantém a exigência para cidadãos de outras nacionalidades. Para o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Paulo Ferreira Barreto, o projeto de lei causa uma preocupação técnica, pois "retira a igualdade" entre os cidadãos estrangeiros. "Apenas os americanos são beneficiados nesse projeto, o que não é justo."





Fonte: Agência Brasil

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