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Nacional
Quarta - 04 de Maio de 2005 às 18:37
Por: Cida Fontes

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Brasília - O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez hoje um discurso com duras críticas ao atual governo e disse que "vencer as altas taxas de juros" será "o grande desafio" de quem vier a ser eleito presidente da República em 2006. Fernando Henrique, que falou durante a solenidade de comemoração dos cinco anos de vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal, observou que há muito tempo a economia internacional não era tão favorável como vem sendo nestes últimos anos. Mesmo assim, disse, o Brasil continua apresentando taxas de crescimento abaixo da média dos outros países da América Latina.

Apesar do ambiente internacional favorável, disse FHC, o governo vem criando argumentos para aumentar as taxas de juros. "Alguma coisa está complicada. Eu não sei a resposta. Mas quem vier a assumir em 2006 terá de encontrar essa resposta", afirmou FHC.

Plano Real

O ex-presidente lembrou que, antes de assumir o governo, também não tinha resposta para o desafio da hiperinflação, mas conseguiu reunir um grupo de pessoas que acabaria elaborando o Plano Real. "Não estou cobrando que façam isso amanhã, porque não é fácil, mas é um desafio", disse FHC, referindo-se ao problema dos juros.

Para ele, é preciso mudar o que chamou de "moto perpétuo do aumento dos juros, que está efetivamente sufocando a economia". Ele lembrou que também a valorização do câmbio tem provocado problemas para alguns setores. "Somando o câmbio e a taxa de juros, evidentemente você vai ter uma afluxo adicional de dólares, puxado pela especulação com a taxa de juros. E isso sem necessidade", comentou.

Ao defender a Lei de Responsabilidade Fiscal, FHC aproveitou para mais uma vez criticar o governo Lula. Ele lembrou que nove ministros do atual governo votaram contra a Lei, inclusive o atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "Eu não gosto de dizer isso porque gosto dele", brincou.

Ele observou que também votaram contra a lei o presidente do PT, José Genoino e o ministro-chefe da Controladoria Geral da União, Waldir Pires, que FHC chamou de "ministro da transparência". "Qual a autoridade que eles têm para cobrar o que aconteceu nos meu governo?", questionou FHC. Ele reconheceu, contudo, que o governo atual aprendeu e importância da responsabilidade fiscal.

LRF é uma marca do PSDB Dirigindo-se aos integrantes do PSDB presentes à solenidade, Fernando Henrique disse que o partido tem "um estilo de governar" e que a Lei de Responsabilidade Fiscal é uma marca da legenda. Ele estimulou seus correligionários, no entanto, a buscar uma agenda para o futuro. "Este não é um momento de ter saudades, mas de criar um clima de comichão do futuro", pregou. No pronunciamento, ele citou dois dos principais problemas, que, a seu ver, tem de ser atacados: a reforma política e a segurança pública.

Olhando para mesa, onde estavam, entre outros, os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin, e de Minas Gerais, Aécio Neves, além do prefeito de São Paulo, José Serra todos potenciais postulantes à Presidência, em 2006 - Fernando Henrique afirmou: "alguém vai ser nosso candidato e eu vou apoiar com energia".





Fonte: Agência Estado

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