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Internacional
Sábado - 30 de Abril de 2005 às 11:00

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Os trabalhistas britânicos fizeram da gestão econômica de seus oito anos de governo o eixo de sua estratégia eleitoral para obter em 5 de maio a terceira vitória consecutiva nas urnas.

Por isso, o primeiro-ministro Tony Blair, de credibilidade arranhada por ter levado o país à guerra do Iraque, incorporou à sua campanha o ministro da Economia, Gordon Brown.

Ele ganhou tal importância na última etapa da campanha trabalhista que alguns já falam de um futuro dueto Blair-Brown, que estaria preparando a sucessão. A economia, poucos negam, funcionou bem sob o trabalhismo, graças, entre outros fatores, à credibilidade conseguida por Brown com a independência do Banco da Inglaterra para fixar as taxas de juros, o que permitiu controlar a inflação desde o primeiro momento.

A economia cresceu de modo constante desde 1997, o desemprego caiu para pouco menos de 5%, o melhor nível em quase três décadas graças a um mercado de trabalho flexível, resultado das duras reformas que os conservadores fizeram.

A libra é uma moeda forte, o que pode prejudicar as exportações, mas aumenta o poder aquisitivo dos britânicos quando viajam, por exemplo, ao Mediterrâneo. No entanto, as perspectivas não são tão boas assim para os trabalhistas, já que uma falta de confiança surge no eleitorado, segundo as pesquisas. O crescimento econômico foi sustentado principalmente pela demanda interior, e este consumo já começa a oferecer sintomas de enfraquecimento: cresceu 0,2% no último trimestre de 2004, seu nível mais baixo desde 1997.

As vendas a varejo registram estagnação, o que se vê facilmente no centro de Londres e outras cidades britânicas, que tentam atrair os consumidores com descontos e, sinal mais preocupante, os preços do setor imobiliário também começaram a cair. Se forem levados em conta o forte nível de endividamento do britânico médio e a grande probabilidade de que o Banco da Inglaterra seja obrigado a elevar os juros, o nervosismo que alguns cidadãos começam a sentir é compreensível.

Outros problemas trazem certas dúvidas sobre a firmeza da economia britânica, como o baixo nível de produtividade, 25% inferior ao da França, por exemplo. A revista The Economist afirma que no país se investe menos capital por trabalhador, as empresas são menos inovadoras e os trabalhadores estão menos qualificados. Outro tema de preocupação é a deterioração das finanças públicas, principalmente no segundo mandato trabalhista, devido à queda das receitas fiscais e às necessidades crescentes de investimento nos serviços públicos, como saúde e educação, o que exigirá, ninguém parece duvidar, altas de impostos para equilibrar o orçamento.





Fonte: EFE

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