Delegado liga pirataria a morte

A "Máfia da Pirataria" pode ter sido mandante de um assassinato ocorrido em meados do ano passado. A informação é do delegado Márcio Pieroni, titular da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor (Decon). Apesar de declarar a suspeita, ele não comentou detalhes sobre o caso. Anteontem, por oito horas, uma grande operação apreendeu cerca de 100 mil unidades de CDs e DVDs piratas de softwares, filmes e músicas, no shopping popular, no Porto.

De acordo com a polícia, a pirataria reduz a arrecadação de impostos, inibe a geração de empregos e ainda incentiva o uso de material pornográfico por crianças.

Em todas as cerca de 70 bancas que tiveram material apreendido foram encontrados filmes pornográficos. Em grande parte delas, segundo Márcio Pieroni, filmes infantis estavam misturados aos pornôs. "Não havia nenhum tipo de restrição ao comércio. Isso incita a prostituição", observou.

Entre os materiais apreendidos durante a operação está uma fabriqueta de filmes e DVDs. No momento da atuação, o equipamento reproduzia um filme erótico.

Conforme a polícia, a investigação sobre a pirataria não se restringe à violação de direitos autorais já que o contrabando (a maioria dos CDs vem do Paraguai) é usado também para a lavagem de dinheiro e entrada de entorpecente e armas no Estado.

Um exemplo citado é que em um carregamento de cigarros pode-se esconder drogas dentro dos maços. Como as quantias trazidas são muito grandes, seria praticamente impossível detectar onde a droga ou mesmo a arma está. "Apesar dessa parecer uma simples operação estamos combatendo uma máfia, a exemplo do que acontecia com os caça-níqueis no Estado. Se não começarmos a combater agora, a situação tende a piorar", alertou o major José Antônio Chaves, comandante do Bope e que deu apoio para a ação que "fechou" o comércio no Porto. A Associação dos Camelôs nega que tenha conhecimento da revenda de drogas ou armas no local.